Tite estreou na seleção brasileira em setembro de 2016 e navegou por mares calmíssimos durante dois anos de resultados favoráveis e futebol encantador. À época, o rodízio de capitães era apontado como um dos fatores determinantes para tamanha harmonia.
Ao implementar o sistema que já usara no Corinthians, o técnico decidiu compartilhar a responsabilidade entre todo o grupo. Desde os veteranos, como Miranda, Thiago Silva e Daniel Alves, até mais jovens como Marquinhos e Gabriel Jesus, todos os titulares e ainda alguns reservas usaram a faixa pelo menos uma vez até a estreia na Copa do Mundo.
Em maio de 2019, a poucos dias de abrir a Copa América em casa, o objeto, para muitos um simbolismo supervalorizado, se transformou em objeto de desgaste. No último fim de semana, Tite comunicou a Neymar e Daniel Alves que a braçadeira passaria do braço do atacante para o do seu amigo lateral-direito.
O motivo é a agressão de Neymar contra um torcedor, depois da final da Copa da França, na qual o PSG foi derrotado pelo Rennes, nos pênaltis. O gesto representa o fracasso na tentativa de fazer do atacante, sem dúvidas o principal jogador da equipe, também o principal líder.
Tite decidiu abolir o rodízio e transformar Neymar no capitão fixo em agosto do ano passado, após longa conversa no vestiário em Washington, onde a Seleção bateu os Estados Unidos no primeiro amistoso depois da Copa do Mundo. Na Rússia, mais impactante do que a eliminação para a Bélgica nas quartas de final foram as críticas sofridas pelo camisa 10. O mundo não perdoou o que julgou mau comportamento em campo, com simulações em excesso.
Daniel Alves, de 36 anos, 108 jogos pela Seleção e 39 títulos na carreira, um recorde mundial, será capitão da Seleção pela sétima vez no amistoso do dia 5 de junho, diante do Catar, em Brasília (clique aqui para saber como comprar ingressos). E espera repetir a dose até a final da Copa América.