Rui Car
12/04/2024 10h10

Entenda taticamente como joga o Criciúma e como a equipe chega para o Brasileirão

Tigre estreia na Série A neste sábado (13) diante do Juventude no estádio Heriberto Hülse

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Tencati comanda o Tigre na Série A (Foto: Celso da Luz / Criciúma EC)

Tencati comanda o Tigre na Série A (Foto: Celso da Luz / Criciúma EC)

Delta Ativa

O Criciúma se prepara para viver o seu ponto mais alto neste momento de “reconstrução”. De volta à Série A do Campeonato Brasileiro após 10 anos, o Tigre chega com um bicampeonato catarinense nas “costas” e o trabalho longínquo da comissão técnica comandada por Cláudio Tencati.

 

Neste material, a reportagem apresenta os principais conceitos do treinador do Tigre e a forma como a equipe atua taticamente.

 

Formação base: 4-4-2 (losango)

Técnico: Cláudio Tencati

Posição no Estadual: Campeão

Estádio: Heriberto Hülse

 

Como joga o Criciúma

 

Quem nunca viu o Criciúma jogar certamente vai “estranhar”. Se diante da condição financeira abaixo dos principais times da elite do futebol brasileiro você espera um jogo pouco elaborado e de mais atletas físicos e rápidos, você se enganou.

 

O Tigre de Cláudio Tencati parte de um 4-4-2 losango, que privilegia aproximações e toques curtos com atletas mais técnicos como Fellipe Mateus, Marquinhos Gabriel e Eder. As chegadas recentes de Arthur Caíke e de Yannick Bolasie, além da presença de Vizeu e Renato Kayzer, dão ainda mais opções para o setor ofensivo.

 

O que fica a dúvida é se será possível manter a estrutura e especialmente os atletas mais técnicos diante do contexto competitivo muito mais alto que o time terá pela frente. O treinador terá material humano para competir em pé de igualdade em uma Série A?

 

Formação base de Tencati tem Claudinho como lateral, com Marquinhos Gabriel e Felipe Mateus sendo o elo de ligação aos dois atacantes - TacticalPad/ND

Formação base de Tencati tem Claudinho como lateral, com Marquinhos Gabriel e Felipe Mateus sendo o elo de ligação aos dois atacantes (Imagem: TacticalPad / ND)

 

Plano B tem Jonathan como um lateral mais base e Claudinho na segunda linha (Imagem: TacticalPad / ND)

 

Pontos fortes

 

O lado direito do Criciúma é o mais forte da equipe. Passando pela experiência do zagueiro Rodrigo, que acrescenta boas participações com bola, inclusive diagonais longas e passes progressivos, a Felipe Mateus, Marquinhos Gabriel e Claudinho que também caem no setor.

 

Os dois laterais, especialmente quando jogam Claudinho e Hermes juntos, são responsáveis por gerar muita profundidade pelos lados. Gerando opções de passes mais longos nas costas da defesa rival.

 

Claudinho gera sempre muita profundidade pelos lados do campo - MB TV/Reprodução/ND

Claudinho gera sempre muita profundidade pelos lados do campo (Foto: MBTV / Reprodução)

 
Claudinho gera sempre muita profundidade pelos lados do campo - MB TV/Reprodução/ND

Claudinho gera sempre muita profundidade pelos lados do campo (Foto: MBTV / Reprodução)

 

Situação é a mesma com Hermes do lado esquerdo, embora a subida dos laterais normalmente seja equilibrada, com um de cada vez, para não gerar problemas na transição defensiva - MB TV/Reprodução/ND

Situação é a mesma com Hermes do lado esquerdo, embora a subida dos laterais normalmente seja equilibrada, com um de cada vez, para não gerar problemas na transição defensiva (Foto: MBTV / Reprodução)

 

Quando Claudinho joga como meia, Jonathan é quem entra na lateral-direita, mudando o “papel” da posição. É normalmente uma opção mais cautelosa, jogando mais na base da jogada, mais preso à última linha.

 

Jonathan foi titular no jogo de ida da final, lateral costuma subir menos ao ataque; na imagem, faz a saída de 3 alinhado aos zagueiros – Foto: MB TV/Reprodução/ND

Jonathan foi titular no jogo de ida da final, lateral costuma subir menos ao ataque; na imagem, faz a saída de 3 alinhado aos zagueiros (Foto: MBTV / Reprodução)

 

Atenção também ao posicionamento da dupla de ataque. Especialmente Eder costuma fazer diagonais nas costas da defesa adversária (de dentro para fora) para receber em condições de desequilibrar.

 

Renato Kayzer, o então titular, é alvo muitas vezes de bolas mais longas e vem oferecendo movimentos de ataque à profundidade, aumentando a capacidade de contragolpe do time.

 

O equilíbrio no meio-campo

 

Barreto e Higor Meritão dão o equilíbrio ao meio-campo no momento em que o time tem a bola. Seja com passes de retorno, ou mesmo para fazer a bola circular de um lado para o outro.

 

Especialmente o segundo, autor do gol do título na finalíssima do Estadual, tem boa técnica e consegue compor bem fisicamente o setor.

 

A coordenação de movimentos para troca de posições, no momento que o time tem bola, também é precisa.

 

Meritão e Barreto dão o equilíbrio ao time no momento com bola – Foto: TacticalPad/ND

Meritão e Barreto dão o equilíbrio ao time no momento com bola (Imagem: TacticalPad / ND)

 

Pontos para se ter atenção

 

O futebol é um jogo de “cobertor curto”. Todo seu sistema tem seu ônus e bônus, e o 4-4-2 do Criciúma não é diferente.

 

Dentro do que chamamos de “vulnerabilidades inatas do sistema”, o 4-4-2 losango, por no momento defensivo ter o balanço de meio-campo só com três homens, acaba oferecendo espaços pelos lados, por isso, o balanço desses três jogadores precisa ser rápido.

 

O Tigre chegou a sofrer assim algumas vezes durante a temporada, especialmente no momento em que perde a bola, onde o “perde e pressiona” não é tão efetivo.

 

Fazendo o balanço de meio-campo com 3 homens, Tigre pode expor os lados – Foto: TacticalPad/ND

Fazendo o balanço de meio-campo com 3 homens, Tigre pode expor os lados (Imagem: TacticalPad / ND)

 

Além disso, a presença de Marquinhos Gabriel, Fellipe Mateus e Eder juntos se, com bola entregam muito jogo, sem ela pode ser um problema quanto a intensidade.

 

Tencati alternou o posicionamento de Marquinhos e Fellipe Mateus na final contra o Brusque: o primeiro apareceu mais pela direita, enquanto o segundo ficava mais próximo da dupla de ataque - MB TV/Reprodução/ND

Tencati alternou o posicionamento de Marquinhos e Fellipe Mateus na final contra o Brusque: o primeiro apareceu mais pela direita, enquanto o segundo ficava mais próximo da dupla de ataque (Foto: MBTV / Reprodução)

 

Fellipe Mateus mais à direita, com Eder como 10, na semifinal contra o Barra (Foto: MBTV / Reprodução)

Fellipe Mateus mais à direita, com Eder como 10, na semifinal contra o Barra (Foto: MBTV / Reprodução)

 

Outro ponto é a bola aérea defensiva. O Tigre sofreu durante o Catarinense, especialmente nas semifinais contra o Barra, em escanteios defensivos.

 

Além disso, as oscilações de intensidade da equipe dentro da mesma partida chamam a atenção. O segundo tempo chegou a ser um “inimigo” em determinadas partidas. Na Série A, a situação pode ser fatal.

 

O “cara”

 

Fellipe Mateus é o grande craque da equipe. Dinâmico, já tem três gols e quatro assistências na temporada.

 

Fellipe Mateus é “o cara” do Criciúma – Foto: Celso da Luz/ Assessoria de imprensa C.E.C/ND

Fellipe Mateus é “o cara” do Criciúma (Foto: Celso da Luz / Criciúma EC)

 

Fique de olho

 

O lateral/meia Claudinho é uma opção ofensiva e tanto para Cláudio Tencati. O jogador de 23 anos tem três gols e outras três assistências na atual temporada.

 

Claudinho cumprimenta Tencati – Foto: Celso da Luz/Criciúma E.C/ND

Claudinho cumprimenta Tencati (Foto: Celso da Luz / Criciúma EC)

 

Quem será o companheiro de Rodrigo?

 

Na zaga a certeza é que o capitão Rodrigo será o titular. O português Tobias Figueiredo terminou o Campeonato Catarinense como titular. Mas Tencati ainda tem o venezuelano Wilker Ángel como opção.

 

Reforço internacional

 

O clube vive a expectativa pela estreia de Yannick Bolasie. O atacante congolês passou a maior parte da carreira na Inglaterra, onde teve destaque no Crystal Palace, onde marcou 13 gols em 143 jogos. Ele foi revelado nas categorias de base do Hillingdon Borough no país.

 

Foto: Divulgação / Criciúma EC

 
 
Fonte: Ian Sell / ND+
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