Empresário riosulense Lotar Dieter Maas morre aos 81 anos

Morreu nesta segunda-feira (05), em São Paulo (SP), o empresário Lotar Dieter Maas, fundador da Riomed Distribuidora de produtos para farmácias e perfumarias e diretor das drogarias e farmácias Gemballa, de Rio do Sul. Ele tinha 81 anos de idade. A causa da morte não foi divulgada.

 

O velório será realizado no Centro Evangélico da Paróquia Luterana de Rio do Sul nesta quarta-feira (07), a partir das 08 horas da manhã. O culto de despedida será às 14 horas e o sepultamento acontecerá no cemitério da comunidade evangélica luterana.

 

Homenagens

 

“Vá em paz, amigo Lotar Maas.

 

Esta é uma das fotos de bons momentos que tenho ao lado do seu Lotar, um homem que sempre trabalhou com muita vontade pelo desenvolvimento de Rio do Sul, Santa Catarina e o Brasil.

 

Diretor presidente do Grupo Riomed, com mais de 50 anos de tradição e trabalho, seu Lotar vai deixar muitas saudades.

 

As memórias são muitas, assim como as boas conversas e a troca de ideias pelo bem de nossa cidade. Em 2009, enquanto vereador, apresentei ao seu lado, projeto de lei que alterou a lei orgânica do município permitindo o livre comércio.

 

Seu Lotar foi conselheiro voluntário para o desenvolvimento econômico do nosso governo desde 2017.

 

Obrigado seu Lotar. Seu legado jamais será esquecido“.

 

José Thomé, prefeito de Rio do Sul.

 

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“Foi com profundo pesar que recebi a notícia do falecimento do empresário Sr. Lotar Dieter Maas. Diretor da Riomed, foi ele que me deu uma oportunidade de trabalhar nessa empresa, onde iniciei como office-boy em 1981. Aprendi muito sobre responsabilidade, comprometimento e integridade no período em que convivi com o Sr. Lotar. Foram 9 anos trabalhando nas empresas do grupo, entre elas Farmácia Gemballa, onde fui gerente até 1990.

 

Deixo meus sentimentos aos familiares.

 

Foi um privilégio compartilhar da experiência de vida desse grande ser humano.

 

Ele nos deixou muitas boas lembranças“.

 

Adilson Bonfanti, proprietário da Rede Farmais Bonfanti

 

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“Ontem fui dormir triste com a notícia da morte do Seu Lotar Dieter Maas. Com a sensação de que queria ter me despedido dele. Ter a chance de uma única conversa a mais. Inútil pensar assim, foi uma das últimas coisas que lembro ter pensado antes de adormecer. Se pudesse, e tento fazer isso agora, gostaria de dizer em voz alta, pra ele, numa pronúncia inconfundível: Seu Lotar, eu sou uma grande admiradora sua. Da sua história. E trajetória. E iniciativa perante a vida. Gosto de pensar que ele ainda pode me escutar.

 

Escrevo para contar que quando cheguei à sua empresa, lá por 2016, para entrevista-lo para o livro “Que História é Essa?”, subia as escadas rumo ao seu escritório sem saber quem é que me receberia ali. Sabia apenas que era um senhor que tinha “vencido na vida”, que tinha feito muito por Rio do Sul e também tinha sido uma espécie de aprendiz do Seu Gemballa. Era o suficiente para querer descobrir, afinal, quem era e o que pensava o seu Lotar.

 

Mas a para a sorte do meu espanto, este senhor era um jovem entusiasmado com a vida. Estava ali uma das grandes respostas. Gostar de estar vivo. Não ter preguiça de batalhar pelo que se acredita.

 

Mas ao chegar, não podia saber que ele foi criado praticamente pela mãe, que ele começou a vida vendendo pasteis para a tia. Que ele tinha uma mente tão brilhante para desenvolver e executar projetos. Tinha muita informação para escrever na época. Foi preciso resumir, resumir, resumir. Eu deveria ter escrito tudo. Ter publicado um livro só dele. Sempre quis fazer isso. Tive vergonha de dizer que ele merecia.

 

Na época, fiz a introdução da escrita sobre ele assim:

 

“Neto de um ferramenteiro austríaco, é rio-sulense. Cresceu praticamente sem pai. Da venda de pastel para a Tia Loti até a gestão das suas empresas, sempre procurou aprender. Autodidata teve mestres na vida como o Seu Norberto Frahm e o Dr. Guilherme Gemballa. Com um currículo extenso, representou o Alto Vale à frente de entidades como a Federação de Diretores Lojistas de Santa Catarina. Foi um incentivador do ensino técnico e também um dos idealizadores da Kegelfest. Garante que vai à academia todos os dias e que vinho é um bom remédio. De uma inteligência sagaz e uma sinceridade quase palpável é ainda um bom ouvinte. Persistente, acredita que liderança se constrói com exemplo e que ninguém faz nada sozinho.”

 

E foi assim que comecei a descrever a nossa entrevista:

 

“O sol começa a baixar no horizonte. É sinal de que mais um dia se vai. É também fim de expediente na Casa Rádios Norberto. Lotar Dieter Maas é um menino que ainda não completou 13 anos, mas já tem um serviço definido. No período matutino frequenta a escola. À tarde, vai para o trabalho. Com o emprego, leva para casa um salário que ajuda a pagar as contas do mês. A função é limpar os rádios empoeirados e, muitas vezes, até com baratas que chegam para o conserto. O serviço é fundamental para que o Seu Norberto Frahm possa trabalhar. Ele gosta da ocupação. E gosta também das outras tantas possibilidades como estar por perto e, com que sorte, ouvir as conversas que o patrão tem com os amigos. Pelo menos dois deles costumam chegar no mesmo horário, todos os dias, pelas quatro horas da tarde. São eles: Osny José Gonçalves, da Rádio Mirador e Oswaldo Pamplona, do Banco do Brasil. Conversa de gente grande.

 

Quando o dia acaba ainda falta um pouco para o Seu Norberto querer ir para casa. O garoto, recém empregado, com a desculpa de que não quer voltar sozinho e também é bem certo com medo de enfrentar a escuridão da rua, espera pelo chefe. Juntos, perto das 8 e meia da noite seguem caminhando pelos trilhos da Estrada de Ferro. Para quem é filho de pais separados, uma boa forma de encontrar referências da figura paterna. E, claro, de aprender. “O Seu Norberto não tinha carro e vivia na mesma casa do sogro, que era da família Bacca, ali no Santana. Tenho viva esta memória da gente caminhando pelos trilhos, onde hoje é a Oscar Barcellos. Me sentia feliz até porque eu era um piá e ele um senhor. Ele conversava comigo. E isto ficou muito marcado. A maneira do tratamento. Bem cordial, como ele tratava todo mundo”.

 

O Seu Lotar comprou muitos exemplares do meu livro. Me disse que doou para amigos e interessados. Senti que também o fez para incentivar o meu trabalho. Acho que ele era mesmo um grande incentivador das causas que acreditava. Conversou comigo em muitas ocasiões depois daquela entrevista. Me falou das vezes em que veio à Portugal. De como gostava de estar com amigos a beber vinho aqui nestas terras. Ele mesmo puxava assunto. Sempre tinha o que dizer. Acho que era muito fácil ser ou se tornar amiga dele. Para ele, Rio do Sul é a melhor cidade do mundo por dois bons motivos, porque ele nasceu e se criou nela. Me disse em tom de brincadeira.

 

Acho que Rio do Sul deve se despedir dele com uma salva de palmas. Com música. Acho que ele merece esse reconhecimento e carinho.

 

Estou triste, mas quero ficar alegre. O exemplo dele está vivo para todos aqueles que puderem conviver com ele.

 

Vou tomar um vinho em sua lembrança e homenagem hoje.

 

Vá em paz, seu Lotar! A sua história é um legado para todos nós!“

 

Carmem Marangoni, jornalista

 

 

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Fonte: Rádio Mirador 98,5 FM / Rádio Educadora 90,3 FM