Rui Car
05/04/2023 14h02

Mauricio de Sousa lança revista em quadrinhos que orienta sobre violência contra a mulher

Lançamento do gibi que aborda Lei Maria da Penha e como denunciar violências faz parte das ações do governo federal no mês da mulher

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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

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Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com o Instituto Cultural Mauricio de Sousa, lançou uma revista em quadrinhos sobre o enfrentamento à violência doméstica e familiar contra mulheres. O lançamento faz parte das ações do governo federal no mês da mulher

 

O quadrinho foi lançado nos formatos físico e digital e é destinado, sobretudo, ao público infanto-juvenil. A ‘Turma da Tina’ aborda a igualdade dos direitos de mulheres e homens e como enfrentar os vários tipos de violência sofridas por mulheres e meninas na sociedade brasileira.

 

Mauricio de Sousa, violência contra a mulher

Foto: @mauricioaraujosousa / Instagram

 

Os personagens de Mauricio de Sousa estão em uma aula na faculdade aprendendo exemplos de violência mental, física, econômica e sexual contra as mulheres, que podem ser praticadas de muitas formas.

 

No gibi, a professora de história dona Ruth explica aos alunos que a violência doméstica é praticada em vários contextos. Dentro e fora da casa da vítima, por familiares e amigos e pelo agressor que mantém ou teve relação íntima com a mulher, como o ex-companheiro ou marido.

 

Lançamento de edição especial da revista em quadrinhos da “Turma da Tina”, com foco no público infanto-juvenil, abordando o tema violência doméstica e familiar contra mulheres – Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil/ND

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

 

Nos desenhos, Mauricio de Sousa mostra as limitações impostas pela violência às mulheres e que essa brutalidade pode resultar no crime de feminicídio, previsto desde 2015 no Código Penal brasileiro, quando uma mulher é assassinada pelo fato de ser mulher.

 

Os exemplos citados no gibi têm o proposito de ajudar a sociedade a identificar comportamentos considerados aparentemente corriqueiros e normais como verdadeiras formas de violência.

 

Outra lição é a do personagem Ivo, que sente um ciúme descontrolado da namorada. Ivo é aconselhado a procurar ajuda profissional especializada para que entenda que não existe propriedade de um homem sobre uma mulher.

 

No final das 20 páginas, os personagens Tina, Rolo, Pipa, Zecão e outros se transformam em agentes multiplicadores das informações de paridade de gênero de direitos e enfrentamento à violência doméstica e familiar contra mulheres.

 

Maria da Penha e a revista de Mauricio de Sousa

 

Maria da Penha participou de forma remota, por videoconferência, do lançamento da revista em quadrinhos “Turma da Tina” pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

 

Esse é um sonho muito antigo, uma revista em quadrinhos do Mauricio de Sousa abordando o tema de enfrentamento à violência doméstica contra mulher. Sempre acreditei no poder da educação, formal e informal. Não foi à toa que fundei o Instituto Maria da Penha, em 2009”.

 

Maria refletiu que ainda há muito a ser conquistado no enfrentamento à violência contra a mulher. “Nosso foco de atenção deve ter maior engajamento da população para sermos mais fortes no enfrentamento, assim como resistir à proliferação da intolerância que nos mata”.

 

Na sua fala, ela defendeu que o caminho da superação passa pela educação. “Acreditamos que a cultura machista e patriarcal, a cultura da violência, precisa passar impreterivelmente pela educação para ser modificada a médio e longo prazos”.

 

Maria da Penha participou online do lançamento do Gibi – Foto: Marcus Iahn/MJSP/Reproduçāo/ND

Maria da Penha participou online do lançamento do Gibi (Foto: Marcus Iahn / MJSP / Reproduçāo)

 
 

Como a maioria das mulheres que sofrem violência doméstica são mães, Maria da Penha ainda lançou luz ao impacto causado aos filhos das vítimas da violência doméstica. “Por omissão, a violência promove o aumento incessante dos órfãos, nossas filhas e filhos, vítimas invisíveis da violência doméstica”.

 

Maria da Penha destacou que ela própria teria deixado três órfãs, se não tivesse sobrevivido às graves agressões.

 

A segunda das três filhas de Maria da Penha, Claudia Fernanda Veras, é autora do livro ‘Sou Filha da Lei, Sou Filha do Rei’. Uma história de superação, perdão e liberdade. Na obra, Claudia Fernanda fala da violência doméstica sob a ótica dos filhos das vítimas.

 

 
Fonte: Agência Brasil / Via: ND+
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