O sino doado pelo Imperador Dom Pedro 2°, em 1845, para a igreja São Miguel, em Biguaçu, na Grande Florianópolis, foi recuperado no sábado (10) pela Polícia Militar. O furto do objeto na madrugada da última quarta-feira (8) deixou a comunidade cristã desolada e ainda vive incerteza sobre o retorno à igreja.
Segundo o padre responsável pela igreja, Ewerton Martins, o sino foi encontrado em um terreno baldio no Distrito Industrial, em São José, cidade vizinha de Biguaçu. O padre Martins comemora o achado.
“A nossa comunidade está muito aliviada e também muito feliz por resgatar, não somente um patrimônio histórico para a igreja, mas também por ser um sinal de fé que o sino representa na vida da comunidade católica”, declara.
Destino do sino é incerto
Agora, o sino recuperado está em posse da Polícia Civil e a igreja aguarda pelos trâmites internos para que ele retorne a Biguaçu na próxima semana. No entanto, segundo o padre, o objeto ainda não deve retornar para a igreja São Miguel.
“Neste primeiro momento, o sino vai para a igreja central de Biguaçu, na Paróquia São João Evangelista, para que possamos discutir a questão da segurança na igreja”.
Além disso, segundo o padre, o sino precisa ser recuperado, já que ele foi levado com o contrapeso, que é a estrutura de madeira que segurava a peça, e não foi encontrado pela polícia.
“Precisamos ajustar alguns detalhes do sino como, por exemplo, os rolamentos que foram perdidos”, revela Martins.
Haverá um encontro ainda esta semana com o poder público municipal juntamente com a Polícia Militar para rever a segurança no local, afirma o padre. O objeto deve voltar à igreja somente quando a segurança for reforçada e o sino totalmente reparado.
Sino é um bem histórico
O sino é de valor inestimável para a comunidade e para historiadores. Ele foi doado pelo imperador Dom Pedro 2° e a imperatriz Teresa Cristina, em 1845, durante uma visita em Santa Catarina.
Antes de ser roubado, o sino ficava em uma torre separada da igreja São Miguel, que faz parte do conjunto luso-açoriano de São Miguel, tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), em 14 de novembro de 1969.
Ele estava protegido por grades na frente e atrás, mesmo assim, não foi o suficiente para evitar o furto.
Fonte: Valeska Loureiro / ND+