Rui Car
04/10/2021 15h45

Rochas podem indicar vulcão em Santa Catarina; entenda

Teorias e crenças populares afirmam que é possível que tenha existido um centro vulcânico no local

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O Brasil está localizado no meio da placa sul-americana, ou seja, longe das bordas das placas tectônicas, mais afastado da zona de encontro entre uma placa e outra. Por isso, não há vulcões ativos no Brasil, apesar de haver sinais de que houve atividade vulcânica no passado. Mas já existiu ou há indícios de vulcão em SC?

Além disso, o relevo brasileiro é considerado geologicamente antigo, ou seja, ele já sofreu muitos desgastes de agentes erosivos, ao mesmo tempo em que as crateras vulcânicas deixaram de existir.

 

Já existiu vulcão na região de SC e do Sul do Brasil?

 

Atualmente, não existe vulcão ativo no Brasil, porém historiadores afirmam que, na era Mesozoica, que compreende o período de tempo entre 250 a 65 milhões de anos atrás, ocorreram possíveis manifestações vulcânicas nas regiões sul e sudeste do Brasil, que originaram formações rochosas do tipo basáltico. Com o tempo, as rochas sofreram ações da chuva, sol e vento e deram origem a um tipo de solo chamado de terra roxa.

 

E já existiram vulcões em outras regiões do Brasil? Sim, inclusive o vulcão mais antigo já encontrado até hoje, o Vulcão Amazonas, está em nosso país.

 

Localização do Vulcão Amazonas

Localização do Vulcão Amazonas (Foto: Google Maps)


Em um passado geologicamente distante, existiam muitos vulcões em nosso país, incluindo o que é considerado o mais antigo do planeta, formado há cerca de 1,9 bilhão de anos na Amazônia. Descoberto em 2002, o vulcão está localizado na região Uatumã, entre os rios Tapajós e Jamanxin, no estado do Pará.

 

Os vulcões mais recentes se manifestaram em regiões oceânicas, dando origem a ilhas pertencentes ao Brasil, no Atlântico, incluindo a ilha de Fernando de Noronha.

 

Outra evidência de que ocorreram atividades vulcânicas no passado geológico do Brasil pode ser vista no continente africano, que, há cerca de meio bilhão de anos, era interligado à América do Sul, Austrália, Índia, Antártida e Península Arábica, formando um supercontinente que foi denominado pelos cientistas de Gondwana.

Crença popular

 

Há uma crença popular sobre a região Sul da Ilha de Santa Catarina de que há um vulcão inativo no morro da Praia do Matadeiro, em Florianópolis.

 

É possível que haja uma relação vulcânica entre o Sul da Ilha de SC, em Florianópolis, e o Morro do Cambirela, em Palhoça. Isso porque as rochas encontradas nos dois lugares têm a mesma ligação de espaço de de tempo, tendo surgido há cerca de 580 milhões de anos.

 

Toda a região que abrange o Sul da Ilha e o Cambirela foi chamada de Suíte-Plutono Vulcânica Cambirela por causa do morro em Palhoça, com seu formato cônico. As rochas encontradas nesses dois locais sofreram as mesmas forças externas de transformação do relevo, como chuva, sol, tempo e temperatura.

 

O morro do Cambirela, por exemplo, é composto por essa rocha que pode ter sido formada na mesma erupção vulcânica que formou as rochas da Praia do Matadeiro.

 

Assim, acredita-se que tenha havido um centro vulcânico nessa região, quando a ilha ainda não era ilha, e a formação das rochas seja resultado de atividade vulcânica.

Há teorias que afirmam que é possível que tenha existido um centro vulcânico na Ilha e um no Cambirela, ou somente no Sul da Ilha.

 

Segundo o professor Breno Waichel, do departamento de Geologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o Morro do Cambirela apenas parece um vulcão. O morro tem quase 1.000 metros de altura e é formado por rochas vulcânicas e foi um vulcão há cerca de 500 milhões de anos.

 

Há uma lenda bastante difundida na região Oeste do Alto Vale do Itajaí que diz que o Morro do Funil, antigamente parte do território de Taió, hoje anexado a cidade de Mirim Doce, também já foi um vulcão. O monte é um dos picos mais elevados de Santa Catarina, com 1.062 metros de altura, e é facilmente visto por quem transita pela BR-470, em Pouso Redondo. Apesar da especulação e do formato do morro realmente lembrar um vulcão, não há nenhuma confirmação de que o local um dia teve atividade vulcânica.

 

Foto: Prefeitura de Mirim Doce

O que é a terra roxa

 

No Brasil, são encontrados quatro tipos de solo: terra roxa, salmorão, aluviais e massapé.

 

A terra roxa é um tipo de solo muito fértil, resultante da decomposição de milhões de anos de rochas arenito-basáltico provenientes do maior derrame vulcânico que já ocorreu no planeta, provocado pela separação da Gondwana – América da Sul e África – no período Mesozoico.

 

A terra roxa é facilmente identificada por sua característica inconfundível: a cor vermelho-roxeada, devido à presença de vários minerais, principalmente ferro.

 

Esse tipo de solo é encontrado no Brasil, nas regiões ocidentais do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e sudeste do Mato Grosso do Sul.

 

Esse tipo de solo foi denominado terra roxa por causa dos imigrantes italianos que trabalhavam nas fazendas de café e se referiam ao solo como terra rossa (terra vermelha, em italiano). E, como a pronúncia de rossa era muito semelhante à de roxa, a denominação em português foi a que prevaleceu.

Como se forma um vulcão

 

Um vulcão é formado quando rocha derretida quente, cinzas e gases escapam de uma abertura na superfície da Terra. A rocha derretida e a cinza se solidificam à medida que esfriam, produzindo o formato característico de um vulcão.

 

Quando um vulcão entra em erupção, ele derrama a lava, que corre encosta abaixo, e cinzas quentes e gases são lançados no ar.

 

Os vulcões são classificados como ativos, dormentes ou extintos. Vulcões ativos podem entrar em erupção a qualquer momento; os vulcões adormecidos são aqueles que não entraram em erupção recentemente; e os vulcões extintos são aqueles que têm pouquíssimas chances de entrar em erupção.

Vulcão Sabancaya entra em erupção no Peru

Vulcão Sabancaya entra em erupção no Peru (Foto: Banco de imagens)


Vulcões ativos no mundo

 

A seguir, estão alguns dos vulcões mais ativos do mundo atualmente, de acordo com o vulcanologista alemão Dr. Tom Pfeiffer, do Volcano Study.

 

Indonésia

 

A Indonésia, com mais de 13.000 ilhas, é o local com o maior número de vulcões ativos no mundo. Seus vulcões também são conhecidos pelo grande número de fatalidades que já causaram.

 

  • Sinabung (Sumatra, Indonésia)
  • Ibu (Halmahera, Indonésia)
  • Dukono (Halmahera, Indonésia)
  • Merapi (Java Central, Indonésia)
  • Semeru (Java Oriental, Indonésia)
  • Lewotolo (Pequenas Ilhas da Sonda)

Europa

 

Stromboli (Ilhas Eólias, Itália)

 

Localizado em uma pequena ilha ao norte da Sicília, é um dos vulcões mais ativos do mundo, com explosões regulares e fluxos de lava brilhantes.

 

Etna (Sicília, Itália)

 

Monte Etna

Monte Etna (Foto: Banco de imagens)


O Monte Etna é o maior e mais ativo vulcão da Europa. Suas erupções frequentes se caracterizam por grandes fluxos de lava que, raramente, representam um perigo para áreas habitadas.

África

 

Nyiragongo (Congo)

 

O Nyiragongo é um dos vulcões mais ativos, bonitos e perigosos do mundo. Localizado próximo ao Lago Kivu, na fronteira leste da República Democrática do Congo com Ruanda, no Parque Nacional de Virunga, ele tem o maior lago de lava do mundo.

 

Erta Ale (Depressão Danakil, Etiópia)

 

O vulcão Erta Ale é conhecido por seu lago de lava contínuo. Ele está em atividade desde que foi descoberto na década de 1960.

 

América do Sul

  • Reventador (Equador)
  • Sabancaya (Peru)
  • Sangay (Equador)
  • Nevados de Chillán (Centro do Chile)

México, América Central, Caribe

 

Popocatépetl (Centro do México)

 

Vulcão Popocatépetl

Vulcão Popocatépetl (Foto: Banco de imagens)


É um dos vulcões mais ativos do país. De acordo com historiadores, no passado, grandes erupções produziram enormes fluxos de lama que cobriram assentamentos Atzteque, enterrando até mesmo pirâmides inteiras.

 

Santiaguito (Guatemala)

 

É o que mais se destaca de uma cadeia de grandes vulcões, elevando-se acima da planície costeira do Pacífico da Guatemala. Em 1902, sua erupção acabou com grande parte do sudoeste da Guatemala.

 

Fuego (Guatemala)

 

É um dos vulcões mais ativos da América Central. É frequente vê-lo expelindo fontes de lava intensas, enquanto produz altas plumas vulcânicas (cinza emitida durante erupção vulcânica explosiva).

 

Pluma vulcânica sobre o Monte Pinatubo nas Filipinas

Pluma vulcânica sobre o Monte Pinatubo nas Filipinas (Foto: Reprodução)

Pacaya (Guatemala)

 

Esse vulcão tem estado em atividade nos últimos séculos, com erupções explosivas e fluxos de lava.

 

Estados Unidos

Kilauea (Havaí)

 

Filipinas

Taal (Ilha Luzon)

 

Taal é o mais letal dos 21 vulcões ativos das Filipinas, embora o país tenha mais de 200 no total. Suas erupções são registradas desde o final dos anos 1500, mas as vítimas só foram registradas a partir de 1754. Até agora, o vulcão causou, pelo menos, 6.000 mortes.

 

Em 1754, a erução do vulcão durou sete meses. Em 1911, sua erupção causou dois dias de terremotos e uma grande explosão que pôde ser ouvida a 200 km de distância.

 

Pinatubo (Ilha Luzon)

Mayon (Ilha Luzon)

Canlaon (Filipinas Central)

 

Rússia

Shiveluch (Kamchatka)

É um dos maiores da região e o que registrou as erupções mais violentas.

Ebeko (Ilha Paramushir, Ilhas Curilas)

 

Japão

Sakurajima (Kyushu, Japão)

O vulcão Sakurajima fica na ilha japonesa de Kyushu, a 49 km da usina nuclear de Sendai, e também está próximo da cidade de Kagoshima, que possui cerca de 600.000 habitantes.


FONTE: HORA DE SANTA CATARINA / NSC TOTAL / RÁDIO EDUCADORA 90,3 FM

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