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Quem vê esses olhos amarelados e ouve o canto um tanto macabro típico do urutau pode até se assustar. Mas não foi o que aconteceu com um morador de Barra Velha, no Litoral Norte de Santa Catarina, que se aproximou e flagrou a ave pouco vista na região.
Ricardo Alexandre Jerônimo passava pela praia central da cidade quando viu a ave e não perdeu tempo: foi logo fazendo vídeos e fotos para registrar o momento. “Eu não conhecida, foi emocionante. Depois que postei, chegaram muitas mensagens e informações da ave”, conta.
A bióloga Gilian Rose da Silva explica que o urutau não é muito comum na região, mas que começou a reaparecer. “Tínhamos dificuldades de observá-los e, agora, têm sido mais frequentes”, destaca.
Ainda assim, avistar a espécie pode ser um desafio. Isso porque eles têm hábitos noturnos e ainda tem uma plumagem que favorece a camuflagem. “Por si só, ele é uma camuflagem, então, passa despercebido”, acrescenta Gilian.
Por causa da vida noturna e das táticas que usa para se camuflar, o urutau também é chamado de mãe-da-lua e de emenda-toco. Além disso, em tupi-guarani, a palavra urutau significa ave-fantasma.
A presença do urutau também é cercada de lendas. Algumas dizem que quando ele canta, emitindo um som semelhante a “foi, foi, foi”, significa que alguém por perto vai partir.
Além disso, o canto melancólico da ave também é atribuído a uma lenda boliviana que conta que o urutau é, na verdade, uma moça transformada em ave pelo pai, após ele impedir o amor dela com um jovem que amava.
