Rui Car
29/06/2022 15h47

CPI da Chape: seguradoras não prestarão depoimento na reunião desta quarta, no Senado

Inquérito analisa as causas da tragédia aérea de 2016 com a delegação da Chapecoense

Assistência Familiar Alto Vale
Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado

Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado

Delta Ativa

A reunião da CPI da Chapecoense no Senado, remarcada para a tarde desta quarta-feira, não terá a presença da resseguradora Tokio Marine Klin e da corretora de seguros AON, da Inglaterra. A espera pelos depoimentos das duas empresas atrasou a finalização do inquérito que analisa as causas da tragédia aérea na Colômbia, que matou 71 pessoas em 2016.

 

O Globo Esporte entrou em contato com a assessoria do Senado, que confirmou a ausência de ambas. De acordo com eles, a reunião marcada para às 15h (de Brasília), fará a leitura das justificativas das empresas. Após isso, os senadores irão decidir o que fazer com o andamento do processo iniciado em 2019.

 

Convocação para depor

 

A AON seria representada pela primeira vez na Comissão. O corretor Simon Kaye foi convocado em requerimento pelos senadores Jorge Kajuru, Esperidião Amim e Leila Barros. No documento, os parlamentares apontam os e-mails trocados entre o corretor e Loredana Albacete, proprietária da LaMia.

 

O conteúdo das mensagens tratava sobre a redução de 300 milhões de dólares para 25 milhões de dólares das apólices pagas em caso de acidentes aéreos. A extinta companhia da Bolívia teve a autorização de operação suspensa e o certificado de explorador de serviços aéreos cassado em decorrência da tragédia.

 

A Tokio Marine já foi ouvida outras vezes pela comissão, como em fevereiro deste ano, quando o presidente da seguradora no Brasil, José Adalberto Ferrara, depôs defendendo que a representante brasileira não teve ligação com o contrato assinado entre a LaMia e a Tokio Marine Britânica.

 

CPI da Chapecoense

 

A previsão inicial de término da CPI era em maio, mas, para ouvir as seguradoras, o processo foi adiado para 11 de julho. No fim do mês passado, o Senado divulgou o relatório final e concluiu que cinco empresas são responsáveis pela indenização às famílias das vítimas da tragédia aérea:

 

 – LaMia Corporation, sediada na Bolívia;

 

 – Bisa Seguros, também boliviana, com quem a LaMia contratou seguro;

 

 – Tokio Marine Kiln Limited, sediada no Reino Unido, com quem a Bisa contratou resseguro;

 

 – Aon UK e Grupo Estratégica (antiga Aon Bolívia), que funcionaram como representantes da seguradora e da resseguradora e orientadores da LaMia.

 

A Comissão Parlamentar de Inquérito foi aberta em 2019 e analisa as causas do acidente aéreo que matou 71 pessoas em 29 de novembro 2016. Um dos principais temas é o atraso no pagamento da indenização às famílias das vítimas. Em 2020, o processo foi interrompido durante a pandemia de Covid-19.

 

Além de representantes das vítimas, da Chapecoense, da seguradora, da empresa aérea LaMia e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a CPI ouviu também o executivo de finanças da Petrobras, Ricardo Rodriguez Besada Filho, e autoridades da Caixa Econômica Federal.

 

O acidente

 

Em 29 de novembro de 2016, o avião que levava a delegação Chapecoense para a partida de ida da final da Copa Sul-Americana, na Colômbia, caiu nas proximidades de Medellín. A aeronave transportava jogadores, comissão técnica, dirigentes e jornalistas.

 

Em 2018, a Aeronáutica Civil da Colômbia concluiu a investigação e confirmou que o combustível do avião era insuficiente para o voo entre Santa Cruz, na Bolívia, e a Colômbia. O acidente ocorreu por esgotamento de combustível como consequência da falta de gestão de risco apropriada pela Lamia. Sem o combustível, os motores pararam de funcionar, e o avião planou até bater.

 

CPI da Chape: seguradoras não prestarão depoimento na reunião desta quarta, no Senado. — Foto: Agência Reuters

Foto: Arquivo / Agência Reuters

 

Fonte: Isabela Corrêa / Globo Esporte SC
Justen Celulares