Rui Car
28/12/2021 10h36

Startup nascida dentro da Chape ganha mercado nacional no gerenciamento de futebol

Beatscode auxilia clubes através de aplicativo que automatiza dia-a-dia do futebol

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Rodrigo Juko e Gustavo Knob lideram statup que nasceu dentro da Chape (Foto: Reprodução / Arquivo pessoal)

Rodrigo Juko e Gustavo Knob lideram statup que nasceu dentro da Chape (Foto: Reprodução / Arquivo pessoal)

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Uma ideia que surgiu na demanda da Chapecoense para gerenciar o dia-a-dia do departamento de futebol. A solução de problemas se tornou uma startup, que avança no mercado nacional e já projeta a expansão para fora do país. Essa é a Beatscode, desenvolvedora de um aplicativo com funcionalidades para auxiliar o controle interno nos clubes.

 

Na carteira de clientes, clubes como Palmeiras, Atlético-MG, Inter, Santos e, claro, a Chape. O início aconteceu justamente dentro do Verdão do Oeste, que procurou a empresa em 2015 para encontrar soluções que facilitassem o trabalho dos profissionais no clube.

 

A Chape trouxe uma demanda grande que eles tinham em organizar as informações do departamento de futebol. Logística, programação de jogos, convocações, eram em planilhas, impressas, entregue na mão de quem viajava. O controle era manual, e tomava tempo. Dentro disso começamos a entender melhor e construir algumas telas, funcionalidades para atender. Outra situação eram os treinos, que aconteciam na Arena e no CT. Por vezes mudava de última hora, alguns jogadores não recebiam, e se apresentavam no local errado“, explica Rodrigo Juko, um dos proprietários da Startup.

 

Depois de atender a primeira demanda, a plataforma seguiu em evolução para solucionar outros gargalos internos nos clubes de futebol.

 

Começamos a entender que, muitas vezes, a informação ficava na mão de um profissional e quando ele saia do clube, levava o histórico junto. Gerava delay nas trocas de comissões. Passamos a criar controles de planos de treinos, atendimento de fisioterapia, prontuário médico, anamnese nutricional, plano alimentar“, disse.

 

O objetivo como plataforma é fazer atendimento do departamento de futebol. Desde o contrato do atleta, período que está vinculado, se está apto a jogos, com BID ativo, cartões, todo o controle desde a chegada até a parte de avaliações de fisioterapia, fisiologia. Até quantas vezes ele fez um recovery na fisioterapia“, explica.

 

Expansão

 

Em crescimento no mercado nacional, a Beatscode atende hoje 17 clubes entre Série D e Série A. Agora, a startup comemora o que acredita ser o principal “clube” do país: a seleção brasileira. Em dezembro, o aplicativo foi contratado pela CBF para realizar o controle da seleção.

 

Apesar da pandemia, crescemos e tivemos resultados financeiros. A economia não afeta nosso modelo, mas a tabela de classificação sim. Se o clube começa a perder, precisa mudar a estratégia. Em 2021, além de manter o clientes e auxiliar em títulos importantes, com Atlético-MG e Palmeiras, por exemplo, a grande conquista foi chegar no principal clube do Brasil, que é a Seleção Brasileira. Fechamos nas últimas semanas o acordo com a CBF e foi uma grande conquista“, comemora Juko.

 

Interface do aplicativo — Foto: Reprodução

Interface do aplicativo (Foto: Reprodução)


Outro passo importante, segundo Juko, é o processo de adaptação do aplicativo para atender clubes de fora do país. O primeiro cliente europeu é o CD Mafra, da segunda divisão de Portugal, que irá auxiliar nas principais mudanças em relação às necessidades brasileiras – documentos diferentes, por exemplo.

 

Com o crescimento, também vieram convites para transferir a empresa para grandes centros, mas ela segue em Chapecó, em uma sala dentro de um parque tecnológico, criado para ajudar startups a se desenvolverem. O que segura a Beatscode na cidade é mais do que o carinho com o local, mas os laços criados com a Chapecoense.

 

A Beatscode significa para mim, como chapecoense, como torcedor da Chape, o propósito é representar de alguma forma o Chinho, Sandro, Cadu, Maurinho, Décio (dirigentes vítimas da tragédia aérea de 2016), que foram pessoas que acreditaram na gente e deram oportunidade de entrar neste mercado, que não imaginávamos ser tão carente de tecnologia. O custo de logística é grande, mas esse laço, esse amor por Chapecó, essa gratidão, muito é por eles que se foram“, conclui.

 

Fonte: Eduardo Florão / Globo Esporte SC
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