O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) lamentou o atentado contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchener, na noute desta quinta (1º). Quando comentou sobre o caso, citou a facada que sofreu durante campanha em 2018.
“Já mandei uma notinha. Eu lamento. Agora: quando eu tomei a facada, teve gente que vibrou por aí. Lamento. Já teve gente que tentou colocar na minha conta já esse problema. O agressor ali, ainda bem que não sabia mexer com arma. Se soubesse, teria sucesso no intento”, afirmou Bolsonaro.
“Apesar de não ter nenhuma simpatia por ela [Cristina], não desejo isso para ela. Espero que a apuração seja feita para ver se saiu da cabeça dele [do atirador] ou se alguém, porventura, tenha contratado ele para fazer aquilo.” A polícia argentina trata o caso como tentativa de homicídio qualificado.
A nota a que o presidente se refere foi divulgada pelo Itamaraty, cerca de duas horas depois.
O texto diz que o governo brasileiro “condena o injustificável ato de agressão” contra ela. “O Brasil repudia toda e qualquer forma de violência com motivação política e reitera seu invariável respaldo à irmã nação Argentina”.
O silêncio público de Bolsonaro até o início da tarde foi alvo de críticas de um senador argentino em entrevista à Folha de S. Paulo.
“Sabemos que Bolsonaro vem fazendo declarações contra o peronismo, mas daí a associar as atitudes do agressor ao bolsonarismo é precipitado e raso”, disse Luis Naidenoff, da União Cívica Radical, oposição ao governo de Alberto Fernández e Cristina.
Bolsonaro fez a declaração nesta sexta (2) na à Expointer, feira agropecuária em Esteio, no Rio Grande do Sul.
O ataque com arma de fogo contra Kirchner, realizado nesta quinta-feira (1º) à noite, por um homem que está sendo investigado para saber se agiu sozinho, foi considerado pelo presidente Alberto Fernández como o incidente mais grave desde o retorno à democracia em 1983.
Fonte: ND+