Rui Car
10/01/2023 11h33

Com risco fiscal, investidores deixam Brasil e vão para a Ásia

Segundo o Goldman Sachs, ainda não está claro qual será o efeito econômico da transição governamental

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Foto: Foregon

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Os investidores estão buscando novos mercados para aplicar o capital em busca de maior rentabilidade. Desse modo, sai de cena o Brasil e surgem China e Coreia do Sul. Além da performance superior que esses países podem entregar, questões domésticas brasileiras, como fiscais e macroeconômicas, fizeram com que os investidores trocassem o país pelo continente asiático.

 

A avaliação é do chefe da área de Mercados Emergentes e Investimentos Globais do Goldman Sachs, Caesar Maasry. O executivo disse que ainda não está claro qual será o efeito econômico, e consequentemente nos resultados das empresas, da transição governamental.

 

Queremos ter clareza em relação às manchetes políticas, se vão se acalmar. Apesar de não ter opinião forte sobre o tema, sempre que um mandatário aparenta ter muita autoridade e poucos contrapesos em um governo, é um sinal de alerta para investidores”, disse Maasry, ao jornal Valor Econômico.

 

Em 2022, o Ibovespa — índice que reúne as grandes empresas de capital aberto na Bolsa de Valores — avançou e fechou o ano na frente do S&P 500, índice que reúne as maiores companhias do mundo listadas nas principais Bolsas de Valores dos Estados Unidos. “Nunca vimos isso nas últimas duas décadas. Então, os ativos brasileiros partem de uma base elevada”, explicou.

 

Para Maasry, as medidas adotadas pelo Banco Central para realizar o ciclo de aperto dos juros ajudaram a impulsionar a participação estrangeira no Brasil durante o ano passado. No entanto, o “entusiasmo do investidor internacional já passou”.

 

Os juros reais no Brasil parecem mais atrativos do que o mercado de ações. Entretanto, dado o ambiente de preocupação fiscal, não defenderíamos negociações agora”, concluiu o chefe de investimentos globais do Goldman Sachs.

 

Fonte: Revista Oeste
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