Rui Car
01/11/2022 09h26 - Atualizado em 02/11/2022 09h34

Ex-vereador de Taió, “Pedro Magro” morre aos 81 anos

À família enlutada nossas condolências

Assistência Familiar Alto Vale
Fotos: Acervo familiar / Foto Leica

Fotos: Acervo familiar / Foto Leica

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Taió se despede nesta terça-feira (1°) de Pedro André da Silva, ou “Pedro Magro”, ex-vereador do município. 

 

Confira um pouco do histórico do ex-político:

 

Filho de Maria Honorata e André José da Silva, Pedro André da Silva nasceu do dia 13 de abril de 1941, numa família de 11 irmãos em Braço do Norte.

 

Em 24 de novembro de 1969, casou-se com Osmarina Nascimento, que era sua vizinha na infância. Acompanhando a onda de migrações, a família deixou o sul do estado e fixou residência no Alto Vale do Itajaí. O casal teve 7 filhos e durante boa parte de suas vidas, foram pequenos agricultores em Taió.

 

Sua iniciação oficial na vida pública ocorreu nas eleições de 1982, pelo PMDB, quando se elegeu vereador na chapa encabeçada por Francisco Gunther Odebrecht e Arnildo Felippi. Chico Odebrecht foi o mais votado, com 3.728 votos, mas as regras daquela eleição previam a soma das legendas.

 

O “mandabrasa” correu sozinho enquanto a legenda do PDS contava com dois candidatos: Rubens José Fontanive tendo Gercino Ewaldo Martins de vice, com 1818 votos, e João Machado da Silva com Lino João Dell´Antônio de vice alcançaram 3181 votos, cuja soma ultrapassou o adversário solitário. Assim, João Machado foi empossado como prefeito tendo maioria provisória na câmara, pois as três legendas fizeram vereadores.

 

Pedro Magro se destacou logo de início como líder de oposição, numa lendária escola política que possuía notáveis oradores como o próprio vice-prefeito, professor Lino, o jovem Moacir Oenning, a estreante Erna Heidrich, o líder Antônio Venturi, seu particular amigo Teobaldo Menel, e o veterano Manoel Correa de Negreiros.

 

Foi nessa época que os 11 vereadores começaram a usar a imprensa para seus discursos, que eram veiculados ao meio-dia de sexta-feira, pois as sessões aconteciam nas noites de quinta-feira.

 

Pedro Magro, não possuía grandes conhecimentos literários, mas tinha um dom especial para fiscalizar a coisa pública e começou a acumular denúncias contra atos do prefeito. A mais grave delas dava conta que o prefeito estaria utilizando as máquinas, recursos financeiros e equipes de trabalho para construir pontes de concreto e outras melhorias nas estradas de sua enorme propriedade no Distrito de Mirim Doce, que ainda pertencia à Taió.

 

Aquilo chamou atenção de uma equipe de TV de Lages que deu enorme destaque ao fato, e pela primeira vez o prefeito de Taió se viu na eminência de sofrer impeachment. Por um lado, discursavam Pedro Magro, Teobaldo Menel e Manoel Correa de Negreiros, apresentando as denúncias e exigindo explicações. Pela liderança do governo despontava Osni Hosang, enquanto Antônio Venturi, representante do distrito trazia a contraprova, já que as tais pontes e melhorias foram todas feitas em estradas municipais, pois os denunciantes desconheciam a região.

 

Pelo seu jeito simples de falar, por sua coragem de denunciar, por suas ações fiscalizadoras e por exigir respostas, Pedro Magro ampliou seu eleitorado, sendo procurado diariamente pela população, principalmente os mais humildes, que se identificavam com ele. Assim voltou à Câmara no mandato seguinte, nas eleições gerais de 1988, como vereador constituinte, participando da confecção da atual Lei Orgânica Municipal de Taió, terminando aquela legislatura eleito para o cargo de Vice presidente da Câmara. Teve o privilégio de dividir seus discursos na tribuna, com outros notáveis oradores, como Miriam Purnhagen, Venâncio Claudino, Norberto Valentini, Luiz Valle, Francisco de Assis Soares e três futuros prefeitos: Nelson Goetten de Lima, Wilson Vanelli e Erna Heidrich.

 

Foi neste período que Pedro Magro tomou uma decisão importante, e aceitou o convite do senador Dirceu Carneiro para ser um dos fundadores do PSDB de Santa Catarina. Desde então os tucanos foram garantindo vagas na Câmara de Taió e chegaram aos cargos de Vice, e Prefeito municipal, neste caminho aberto por ele. Destaca-se neste período a emancipação do distrito de Mirim Doce, que se separou de Taió, tendo como principal articulador o vereador Antônio Venturi e seu primeiro prefeito, Wilson Vanelli, todos da legislatura de Pedro Magro.

 

Agora abrigado no ninho tucano, Pedro Magro enfrentou as eleições de 1992, sendo seu único representante eleito, conquistando o terceiro mandato. Mas resolveu submeter seu nome às urnas novamente e conquistou seu quarto mandato consecutivo em 1996, encerrando suas atividades no final daquela legislatura na virada do milênio, deixando seu nome na história política de Taió.

 

Desgostoso com algumas coisas, Pedro Magro não quis correr novamente, e deixou a cidade fixando residência em Pouso Redondo, anunciando abandono da política.

 

Em 2016, atendendo um grupo de pessoas, ensaiou retorno como candidato a vereador em Taió, mas não possuía mais vínculos políticos e o projeto não evoluiu.

 

Pode ser uma imagem de 6 pessoas e pessoas em pé

Pedro Magro no dia de sua posse, lançando seu voto para escolha da mesa diretora da camara – no fundo, Victor Butzke, diretor da camara, ao seu lado Gessi Cardoso, assessor de imprensa, e ao fundo à Direita o Prefeito João Machado da Silva. Na frente, Antonio Venturi e Guilherme Vogel – De costas se ve apenas cabeça de Armando Hosang, que foi eleito presidente da camara na ocasião

 

 

Fonte: Wanderlei Salvador / Câmara de Vereadores de Taió
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