Após conseguirem liberar a BR-470 em Rio do Sul, o chefe de comunicação da Polícia Rodoviária Federal de Santa Catarina deu a versão da PRF sobre a operação que marcou a segunda-feira (07), no quilômetro 133 da rodovia.
Segundo Adriano Fiamoncini, desde o início da manhã os manifestantes já ameaçavam voltar a bloquear o trecho da BR-470. A PRF já tentava negociar com o grupo, que estava no local desde o resultado das eleições em 30 de outubro, mas às 10 horas eles fecharam a rodovia.
“Dia muito complicado. Apesar de todas as propostas de liberação, a negociação não teve sucesso. Então as forças especiais da PRF vieram em reforço, com apoio da PM também. Conseguimos liberar o trânsito por volta das 15h30 e depois tentamos cumprir a ordem judicial, identificar os manifestantes que bloquearam a rodovia”, explica.
Segundo Fiamoncini, o momento em que os policiais vão até o estacionamento onde os manifestantes estão alocados foi para cumprir a ordem judicial. De acordo com a Justiça Federal de Santa Catarina, a multa é de R$ 10 mil por CPF.
“Neste momento, os policiais foram desacatados, agredidos com barra de ferro. Dois policiais tiveram ferimentos na cabeça, nos braços e na mão. Felizmente, apenas lesões leves”, detalhou.
Foi neste momento que a Tropa de Choque da Polícia Militar foi acionada. Apenas às 17h30 a BR-470 foi definitivamente liberada. Tanto a PRF quanto a PM, então, ocuparam a área que os manifestantes utilizavam para garantir que a rodovia não fosse bloqueada novamente.
“Mas eles se recusam a ir para casa e continuam no local. O trânsito está liberado nesse momento, mas a situação continua tensa”, ressaltou. Com a imagem do capacete de um agente, Fiamoncin alegou que o ferimento poderia ter sido grave caso não fosse a proteção.
Não ficou claro se os responsáveis foram identificados. Ainda assim, um homem de 37 anos foi preso por agressão.
Versão dos manifestantes
Já para os manifestantes que estavam no local, a própria PRF teria dado início ao tumulto que terminou com as agressões. A alegação é de que os policiais teriam tentado dispersar o grupo com spray de pimenta, o que, segundo eles, seria desnecessário, já que, até então, ninguém havia partido para nenhum tipo de agressão física. O fato teria dado início a confusão.
Pedido de Bolsonaro:
Durante pronunciamento após perder as eleições, o chefe do Executivo federal comentou que “os movimentos populares são fruto de indignação e injustiça do processo eleitoral”. Embora tenha dito que manifestações pacíficas são bem vindas, Bolsonaro pediu aos protestantes que não utilizem os “métodos da esquerda”, como “invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir”.
Fonte: Alice Kienen Gramkow / O Município / Rádio Educadora 90,3 FM