Rui Car
29/09/2022 13h56

Prioridade à duplicação da BR-282 em SC gera revolta no Alto Vale

Trecho da BR-470 ainda excluído da duplicação, de Indaial para cima, tem até cinco vezes mais movimento de veículos do que a BR-282

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Foto: DNIT / Divulgação

Foto: DNIT / Divulgação

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Gerou revolta no Alto Vale do Itajaí a publicação do edital para contratação de projetos da duplicação da BR-282, entre Lages e São Miguel do Oeste. A decisão de priorizar a rodovia do Oeste veio de Brasília, atropelando a superintendência estadual do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). As lideranças da região que depende da BR-470 desconfiam de interferência política e estão cobrando explicações.

 

Empresários e lideranças do Alto Vale reuniram-se na segunda-feira (26) no Conselho de Desenvolvimento Econômico de Rio do Sul (Codensul). As manifestações foram de indignação. O trecho da BR-470 ainda excluído da duplicação, de Indaial para cima, tem até cinco vezes mais movimento de veículos do que a BR-282, segundo números do próprio DNIT. Há mais de uma década o Alto Vale reivindica projetos de duplicação ou terceiras faixas nos pontos mais críticos, sem sucesso. 

 

Dois meses atrás, numa reunião da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), o superintendente do DNIT-SC, Alysson Andrade, havia descartado projeto para duplicar a BR-282, sugerindo atuação em pontos críticos da rodovia para melhorar o fluxo.

 

É revoltante, não tenho nem palavras para descrever. Deprimente, porque a gente sabe que não é uma decisão técnica. Claro, não em detrimento do Oeste, que também precisa, a gente sabe. Mas o próprio DNIT coloca que, em níveis de serviço, a 470 é prioritária“, afirmou o presidente do Codensul, o empresário Eduardo Schroeder.

 

Documentos do DNIT reunidos pelo Codensul apontam que só 11% dos 427 quilômetros de extensão do trecho licitado da BR-282 têm tráfego acima dos 11 mil veículos por dia, que indicaria a necessidade de duplicação. Na BR-470, todos os cerca de 90 quilômetros de Indaial a Trombudo Central superam esse volume de tráfego, incluindo o de cargas pesadas dentro de trechos urbanos, como em Apiúna e Rio do Sul.

 

Procurado pela reportagem, o DNIT-SC confirmou que o projeto da BR-282 foi discutido diretamente em Brasília, sem participação da superintendência. O órgão também confirmou que não há projeto para contratação de novas melhorias no trecho do Alto Vale da BR-470.

 

O Codensul fez um pedido formal de informação ao DNIT e aguarda resposta. Segundo Schroeder, depois do primeiro turno da eleição o Alto Vale pretende cobrar posicionamento da bancada catarinense eleita e dos candidatos que estiverem na disputa de eventual segundo turno.

 

Fonte: Evandro de Assis / NSC Total
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