Rui Car
04/09/2023 09h52

Saiba mais sobre a soltura de moradora de Rio do Sul após prisão por atos de 8 de janeiro

Dirce Rogério terá que usar tornozeleira eletrônica e cumprir uma série de medidas cautelares, segundo STF

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Dirce em atos realizados entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023 em Blumenau (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

Dirce em atos realizados entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023 em Blumenau (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

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Dirce Rogério, catarinense e moradora de Rio do Sul, recebeu na sexta-feira (1ª) a liberdade provisória após ser presa por conta dos atos de 8 de janeiro, ocorridos em Brasília. Ela é acusada de uma série de crimes, entre eles abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração do patrimônio e associação criminosa.

 

Após passar quase 8 meses presa em Brasília, Dirce desembarcou em solo catarinense neste sábado (2). Porém, para manter-se em liberdade, o STF (Superior Tribunal Federal) impôs uma série de medidas cautelares, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica.

 

Foto: Reprodução / Redes sociais

 

Além disso, a catarinense também deverá permanecer em casa no período noturno e nos fins de semana, não poderá fazer viagens internacionais, nem ter posse de arma ou participar de clubes de tiros, ela também não pode utilizar as redes sociais ou se comunicar com os demais réus envolvidos nos atos de 8 de janeiro. O descumprimento de qualquer uma das medidas alternativas implicará na revogação e decretação da prisão.

 

Apesar da série de obrigações que terá que cumprir, a notícia da liberdade provisória foi comemorada, conforme informou o advogado de defesa de Dirce, Helmar Amancio. “Foi a liberdade tão esperada e aguardada para ela e para a família. Foi um momento de êxtase, extrema emoção. De modo geral, ela está feliz de estar junto aos seus, mas sentimento de que foi injustiçada”, explicou o defensor.

 

O que Dirce fazia no 8 de janeiro

 

Informações sobre a participação da catarinense não constam na versão pública do processo do STF.

 

Entretanto, conforme a versão apresentada pela defesa da ré, Dirce havia ido com um grupo de católicos até Brasília para fazer uma marcha em oração. O ônibus que levou a catarinense até lá teria chego na Esplanada dos Ministérios por volta das 15h. Ao desembarcar, ela e seu grupo caminharam em direção à Catedral, que fica na entrada da Esplanada.

 

Sem conhecer o local, o grupo teria seguido outros manifestantes que iam em direção à Esplanada. Neste momento, já ocorria as ações de contenção da polícia, com bombas de efeito moral.

 

Segundo Amancio, o grupo em que Dirce estava era composto por pessoas em sua maioria idosas. Na tentativa de se proteger das bombas, eles foram orientados por soldados do Exército a se manterem próximos da área de estacionamento do Palácio do Planalto. Ainda de acordo com a defesa de Dirce, os soldados também encaminharam este grupo a uma entrada que dava acesso ao térreo do Palácio.

 

Neste momento, o batalhão de choque da Polícia Militar continha os manifestantes que estavam cometendo atos de depredação no terceiro andar. Eles teriam sido presos e levados ao segundo andar do prédio. Em seguida, policiais militares entraram em contato com o grupo que estava no primeiro andar e que, de acordo com Amancio, não participou dos atos de destruição, mas apenas se abrigava no local. Assim como as demais pessoas que estavam no Palácio, eles foram presos e levados ao segundo andar.

 

Conforme a defesa, o grupo em que Dirce estava foi um dos últimos a serem detidos. Isso porque os manifestantes que cometeram os atos de depredação teriam sido presos por primeiro. A defesa enfatizou que Dirce e seus colegas não participaram de atos criminosos e que estavam no local para se abrigar após orientação de soldados. Em seguida, foram presos pela PM.

 

Testemunhas de defesa, entre eles policiais, teriam relatado durante o processo que o grupo em que Dirce estava, estariam apenas carregando bíblias, rosários e bandeiras do Brasil, sem portar armas brancas ou barras de ferro. “Esses dentro do Palácio não fizeram absolutamente nada, tentaram apenas se proteger das bombas e atritos na frente do Congresso e Esplanada”, afirmou Amancio.

 
Fonte: Fernanda Silva / ND+
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