Rui Car
03/06/2019 16h03

Adélio diz que se sair da prisão vai “cumprir missão de matar Bolsonaro”

Autor do atentado afirmou ainda que Bolsonaro entregaria riquezas para maçons.

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O autor do atentado contra Jair Bolsonaro, quando ainda era candidato a Presidência da República, afirmou que quando sair da prisão vai “cumprir sua missão de matar Bolsonaro e também Michel Temer (ex-presidente da República), que também participaria do complô maçônico para conquistar as riquezas do Brasil”.

 

Adélio Bispo de Oliveira tentou matar o hoje presidente da República durante campanha em Juiz de Fora. Ele também afirmou que tentou assassinar o então candidato porque, se eleito, Bolsonaro “entregaria nossas riquezas ao FMI, aos maçons e à máfia italiana”.

 

As afirmações foram dadas durante avaliação psiquiátrica do criminoso, que também disse que haveria uma execução em massa dos “pobres, pretos, índios, quilombolas, homossexuais, só ficando os ricos maçons dominando as riquezas do Brasil”. Adélio está preso em Campo Grande (MS), após ter realizado o atentado a faca contra Bolsonaro, em 6 de setembro do ano passado.

 

Com essas declarações, o autor do atentado conseguiu convencer o juiz Bruno Savino, da 3ª Vara Federal de Juiz de Fora, de que é inimputável (impossível de ser condenado) por sofrer de Transtorno Delirante Persistente.

Em sua decisão, o juiz reproduziu trecho do laudo psiquiátrico e como a suposta doença teria surgido. Segundo informa o laudo, a raiz da doença seria genética e que veio a tona devido a “vivência traumática na mais tenra infância”. A perícia também destaca que ele não citou nenhuma relação afetiva durante as avaliações.

 

O trecho diz: “O periciado é portador de Transtorno Delirante Persistente. A raiz da doença é genética, reforçada por vivência traumática na mais tenra infância. O periciado em nenhum momento citou qualquer relação afetiva. Da mesma forma, tanto no primeiro quanto no segundo (tempo pericial) não se referiu a nenhum amigo (…) Ou seja, apresenta uma total falta de capacidade de vinculação (…)”.

 

Em uma carta enviada à direção do presídio onde está, Adélio Bispo pediu transferência para Montes Claros, Região Norte de Minas, onde já morou, “em razão daquele prédio ter sido construído com características da arquitetura maçônica, além do local estar impregnado de energia satânica”.

 

O relatório também diz que em momento algum o agressor relatou qualquer relação com parentes. “Na curva vital do periciado vemos como e depois se manifesta essa personalidade paranoide, culminando na eclosão da doença. Não nos conta nada sobre irmãos, parentes, amigos, dando-nos a impressão de como não existissem. O que nos leva a concluir que já naquela época se tratava de um indivíduo isolado, com poucos relacionamentos, contatos com outras pessoas”.

 

Em seu posicionamento, o juiz afirma que a doença do agressor de Bolsonaro, se caracteriza pela “presença de delírios persistentes. Descrevendo complôs imaginários de entidades poderosas nos quais se vê enredado. Não é raro que acompanhe o indivíduo ao longo da vida”. E que pessoas que convivem com quem tem a doença raramente percebem a intensidade da patologia e subestimam os riscos que ela pode apresentar”.

 

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