Rui Car
03/11/2017 13h57

Aliens podem ser mais parecidos conosco do que pensamos

Uma equipe abordou a evolução extraterrestre

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HypeScience

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Muitas vezes, a ficção apresenta alienígenas como seres monstruosos muito diferentes dos humanos. Os próprios cientistas já afirmaram que os aliens podem, de fato, serem formas de vida nada parecidas conosco.

 

E, no entanto, um novo estudo da Universidade de Oxford (Reino Unido) sugere que poderíamos ter mais em comum com nossos vizinhos extraterrestres do que pensávamos inicialmente.

 

Evolução

Os pesquisadores mostraram pela primeira vez como a teoria evolutiva pode ser usada para fazer previsões sobre os aliens e seu comportamento. Eles podem ter sido potencialmente moldados pelos mesmos processos e mecanismos que nós, como a seleção natural.

 

Em outras palavras, a teoria apoia o argumento de que os aliens também são submetidos a uma seleção natural e, da mesma forma que nós, evoluem para se tornarem mais fortes ao longo do tempo.

 

“Fazer previsões sobre aliens é difícil. Nós só temos um exemplo de vida – a vida na Terra – a partir do qual podemos fazer extrapolações”, explica Sam Levin, pesquisador do Departamento de Zoologia da Universidade de Oxford.

 

Levin conta que as abordagens passadas no campo da astrobiologia têm sido em grande parte mecanicistas, usando o que vemos na Terra e o que sabemos sobre química, geologia e física para fazer previsões sobre alienígenas.

 

A ideia desse estudo, por outro lado, é oferecer uma abordagem alternativa para fazer previsões independentes das características que vemos na Terra. “As previsões teóricas podem ser aplicadas a alienígenas baseados em silício, sem DNA e que respiram nitrogênio, por exemplo”, sugere Levin.

 

Transições

Usando a ideia de seleção natural alienígena como estrutura, a equipe abordou a evolução extraterrestre e como a complexidade pode surgir no espaço.

 

A complexidade de espécies aumentou na Terra como resultado de diversos eventos, conhecidos como transições importantes.

 

Essas transições ocorrem quando um grupo de organismos separados evolui para um organismo de nível superior – por exemplo, quando as células se tornam organismos multicelulares.

 

Tanto a teoria quanto os dados empíricos indicam que são necessárias condições extremas para que transições importantes ocorram.

 

Resultados

O artigo também faz previsões específicas sobre a composição biológica de alienígenas complexos e oferece um certo grau de visão sobre como eles podem se parecer.

 

“Ainda não podemos dizer se os alienígenas caminham em duas pernas ou têm grandes olhos verdes. Mas acreditamos que a teoria evolutiva oferece uma ferramenta única para tentar entender como eles são, e mostramos alguns exemplos dos tipos de previsões que podemos fazer”, acrescenta Levin.

 

Essas ilustrações representam diferentes níveis de complexidade adaptativa que podemos imaginar quando pensamos em alienígenas. (a) Uma molécula de replicação simples, sem design aparente. Pode ou não sofrer seleção natural. (b) Uma entidade incrivelmente simples e celular. Mesmo assim, deve ser submetida a seleção natural. (c) Um alienígena com muitas peças intrincadas trabalhando em conjunto, que provavelmente passou por grandes transições.

Além disso, ao prever que os extraterrestres provavelmente passam por grandes transições, como nós, isso significa que eles também podem se parecer conosco.

 

“Como os seres humanos, prevemos que eles são constituídos por uma hierarquia de entidades, que cooperam para produzir um alienígena. Em cada nível do organismo, haverá mecanismos para eliminar conflitos, manter a cooperação e um bom funcionamento”, afirma Levin. [Phys]

 

Um alienígena complexo que compreende uma hierarquia de entidades, onde cada grupo de entidades de nível inferior alinhou interesses evolutivos de forma que o conflito fosse efetivamente eliminado. Essas entidades se envolvem na divisão do trabalho, com várias peças especializadas em várias tarefas, de modo que as partes são mutuamente dependentes.
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