Bastante organizada desde sempre quanto ao calendário de novelas que irão ao ar com bastante antecedência, a Globo passará a adotar uma nova política nesse setor.
Isso porque nos últimos anos vários adiamentos, trocas de produções e cancelamentos foram concretizados no canal, promovendo uma série de constrangimentos entre os envolvidos.
A última delas foi a entrada de Walcyr Carrasco na fila das 21h. Em tempo recorde, o autor conseguiu convencer a Globo a produzir sua terceira novela no horário antes de outros nomes que já estavam garantidos.
De acordo com o que informa o jornalista Flávio Ricco, a fila agora só vai até Manuela Dias, que agora substituirá Walcyr. Não será dado nada como certo para ninguém passar vergonha ou algo do gênero.
Nesta semana, a Globo marcou presença mais uma vez no MIPCom, feira de TV mais importante do mundo, e que ocorre em Cannes, na França. E a grande surpresa ficou por conta da ausência de novelas no catálogo de lançamentos da emissora, pela primeira vez.
Os folhetins, que sempre foram o carro-chefe da Globo, perderam espaço, pelo menos nesse evento, para as séries. Segundo informações do site da jornalista Cristina Padilgione, a emissora tomou essa decisão para tentar seguir às tendências do mercado, principalmente o europeu, estando atenta as transformações de hábitos do público.
O grande destaque do catálogo da Globo no MIPCom foi a minissérie Assédio, baseada nos casos reais de estupro cometidos pelo ex-médico Roger Abdelmassih. A produção, que a princípio está disponível apenas para os assinantes do Globo Play, ganhou o chamariz no evento de ser a primeira minissérie da indústria a abordar o tema depois de movimentos como o #Metoo, que repudia os escândalos de assédio descobertos recentemente em Hollywood.
Ilha de Ferro, estrelada por Cauã Reymond, Se Eu Fechar os Olhos Agora e as segundas temporadas de Sob Pressão e Carcereiros foram as outras séries apresentadas pela Globo na feira. Vale lembrar que essas duas últimas já têm bastante prestígio e chegaram a ser premiadas internacionalmente.
Um fato curioso é que essa ideia da Globo de investir apenas em séries para o seu catálogo de vendas no exterior surge logo após os folhetins da emissora ficarem de fora da lista de indicados ao Emmy Internacional pela primeira vez em oito anos.