Rui Car
26/10/2017 05h30 - Atualizado em 25/10/2017 17h35

Apple compra empresa especializada em carregamento por indução

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A Apple anunciou nesta quarta-feira (25) a aquisição da PowerbyProxi, uma empresa da Nova Zelândia especializada em tecnologias de carregamento por indução. A marca também é um dos principais nomes deste mercado e uma das mais reconhecidas companhias de inovação do país, mostrando, para especialistas, o investimento de longo prazo da Maçã nesse recurso.

 

Há anos, chamava a atenção o fato de a Apple não ter introduzido essa possibilidade em sua linha de iPhones, algo que mudou com os modelos deste ano. A Apple decidiu usar uma tecnologia proprietária, o que frustrou algumas pessoas, mas a aquisição da PowerbyProxi mostra que ela está disposta a ir adiante com tudo isso, além de garantir que essa função esteja no centro do palco, ao lado de outras inovações em seus smartphones.

 

Um dos maiores indícios do que está por vir aparece no portfólio de produtos da companhia. Enquanto a maioria das que trabalham nesse ramo pensam somente nos smartphones, a PowerbyProxi tenta ir além, entregando um carregador por indução com capacidade para entregar até 100 watts de potência. Ele é usado, por exemplo, na bateria de drones e equipamentos médicos.

 

iPads e MacBooks, entretanto, também necessitam de energia, e desde que os rumores sobre o carregamento por indução surgiram muito se perguntou se os iPhones eram o limite. Com a PowerbyProxi, aparentemente, não, e a expectativa agora é de tablets e notebooks que também contem com a tecnologia num futuro próximo.

 

O valor pago também seria uma prova desse investimento de longo prazo. Por mais que não tenha sido divulgado, como normalmente acontece quando o assunto são as aquisições feitas pela Apple, a ideia é que o montante esteja na casa das dezenas de milhões de dólares. Mudanças nas estruturas internas também não foram reveladas, mas a tendência é que, assim como em outras compras, a PowerbyProxi permaneça independente, mas criando produtos e desenvolvendo tecnologias com foco total em produtos da Maçã.

 

Falando nisso, vale a pena citar o fato curioso de que, em 2013, ninguém menos do que a grande rival da Apple no mercado mobile investiu na PowerbyProxi. Naquele ano, a Samsung, por meio de seu braço de venture capital, colocou US$ 4 milhões na companhia, justamente na tentativa de fomentar o avanço das tecnologias de carregamento wireless e usar patentes em seus próprios produtos. Pouco depois, claro, esse recurso apareceu em alguns de seus smartphones de topo de linha.

 

Por outro lado, por mais que essa seja a verdade, a Apple também tem tendência a fazer com que companhias adquiridas sumam na obscuridade. Caso, como se espera, os produtos da recém-chegada passem a ser lançados com a marca da Maçã, a ideia é que a PowerbyProxi, em si, se torne mais uma empresa de bastidores, uma tristeza para o mercado neozelandês. Alguns, entretanto, apontam um panorama ainda mais sombrio e esperam que a companhia adquirida deixe o país completamente.

 

A empresa foi criada em 2007 pelo empreendedor Fady Mishriki, recém-saído da Universidade de Auckland. Hoje, ela conta com 55 funcionários e, além de lançar produtos e trabalhar com parcerias, tem uma bela porção de seu faturamento associado às mais de 300 patentes que possui, todas relacionadas a tecnologias de recarga de baterias por indução.

 

 

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