Rui Car
06/03/2017 11h37 - Atualizado em 06/03/2017 08h26

Austrália, o novo esconderijo dos mais ricos do mundo

No caso da França, as razões para a fuga dos milionários são claras

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As pessoas com uma grande quantidade de dinheiro têm uma facilidade considerável para mudar de país, e o fazem, entre outras coisas, em busca de mais segurança ou menos impostos.

 

Neste contexto, existe um país remoto, muito remoto, que, como víamos nos filmes de catástrofes nucleares com o êxodo em busca de regiões livres da radiação, está se transformando na Meca para onde peregrinam os ricos e os muito ricos. Até pouco tempo o local não era um dos refúgios dourados tradicionais dos endinheirados. Este papel era desempenhado por países como Estados Unidos, Suíça, Liechtenstein, Reino Unido ou Bahamas.

 

Estamos falando da Austrália, um país que no ano passado acolheu nada mais, nada menos, do que 11 mil milionários, número que o converte no principal destino do mundo, para este grupo de pessoas. O dado está presente no relatório de 2016 da consultoria New World Wealth – revisado pela CNN – sobre a mobilidade das grandes fortunas no mundo.

 

São 3 mil milionários a mais do que os recebidos no ano anterior, graças principalmente aos ricos da China e da Índia, que cada vez mais decidem se mudar para a Austrália. O outro lado da moeda deste ranking é a França, que vem perdendo o interesse dos endinheirados de forma vertiginosa. Somente no ano passado o país perdeu 12 mil milionários, que engrossaram a cifra de 60 mil que se foram, desde o ano 2000.

 

Lady Elliot Island, 80 quilômetros a noroeste da cidade de Bundaberg em Queensland, Austrália. David Gray (Reuters)
 
 

O que leva tantos milionários a planejar uma mudança para a Austrália? De acordo com o New World Wealth, o país conta com várias condições favoráveis. Acima de tudo, destaca-se “o estilo de vida ensolarado australiano”. Um ativo intangível que melhora a qualidade de vida de todos que decidem fixar residência em seu território.

 

Mas isso não é tudo. O sistema de saúde australiano é um dos melhores do mundo, muito superior ao dos Estados Unidos e do Reino Unido. A consultoria também menciona uma “situação geográfica privilegiada” que permite estar distante dos conflitos do Oriente Médio. Além disso, a Austrália não é afetada pela crise dos refugiados que a Europa enfrenta, já que tem um dos sistemas de migração mais rigorosos do mundo, e pela ameaça terrorista.

 

Outro aspecto relevante para os milionários, quase crucial, é a facilidade de fazer negócios. Há segurança jurídica e uma proximidade com as economias emergentes como China, Coreia do Sul, Singapura e Índia, que abrem as portas para manter ou aumentar as fortunas particulares.

 

Os Estados Unidos foram desbancados pela Austrália, mas continuam uma referência entre os destinos mais atrativos para os mais ricos. O país norte-americano acolhe cerca de 10 mil milionários por ano. Segundo o relatório da New World Wealth a demanda seguirá em alta, apesar do protecionismo e do comportamento de Trump. O Canadá é outro refúgio de ouro, que recebeu 8 mil milionários em 2016. O destaque fica com os cidadãos chineses, que escolhem Vancouver como cidade para se estabelecer na costa oeste canadense.

 

No caso da França, as razões para a fuga dos milionários são claras. Os autores do relatório apontam motivos de segurança: a ameaça terrorista empurra os ricos franceses – ou que moravam na França – a optar por países como Reino Unido, Canadá, Austrália, Estados Unidos ou Israel como seu novo lar. Além disso, a dura política fiscal direcionada às grandes fortunas no país também explica boa parte do êxodo. Em termos gerais, o crime, os impostos e a economia local são os fatores decisivos a nível global.

 

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