Rui Car
06/02/2019 13h42

“Baby Box”, a caixa na qual os coreanos deixam seus bebês para a adoção

Implantada em 2009 pelo pastor Lee Jong-rak, a “Baby Box” já ajudou 1.526 pequenos sul-coreanos

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Em Seul, na Coréia do Sul, uma caixa instalada na Joosarang Community Church tem salvo, uma grande quantidade de bebês do abandono. Implantada em 2009 pelo pastor Lee Jong-rak, a “Baby Box” já ajudou 1.526 pequenos sul-coreanos. A maioria dessas crianças são deixadas por mulheres que tiveram uma gravidez indesejada ou que sofreram violência sexual. E em 50% dos casos, são adolescentes.

 

Lee Jong-rak diz que muitos dos bebês deixados na caixa vêm com uma carta deixada pelas mães e que muitas delas promete voltar no futuro. “Geralmente elas vivem em circunstâncias desesperadoras e não têm para onde ir”, contou ele à agência sul-coreana Yonhap.  Então, após serem realizados os procedimentos administrativos de praxe, a criança é colocada em um orfanato ou enviada a uma família.

 

Mas a “Baby Box” de Lee Jong-rak tem sido alvo frequente de críticas. Principalmente por aqueles que acham que a iniciativa é um escape para mulheres e homens que querem fugir de suas responsabilidades como pais. O governo pediu durante anos, inclusive, que a caixa fosse retirada da igreja sob a afirmação de que o pastor incentiva as famílias a abandonarem suas crianças.

 

Lee Jong-rak, na tentativa de proteger tanto pais quando crianças, se recusa a instalar câmeras de segurança e também limpa as digitais deixadas no local, para evitar que os pais sejam presos e punidos. Ele ainda faz um trabalho de aconselhamento dessas mulheres e homens que chegam aflitos para deixar seus filhos para adoção. Quando a campainha soa avisando que mais um bebê chegou, o pastor ou outro membro da igreja vai até a porta e tenta convencer os pais de que aquele não é o melhor caminho. “Nós conversamos com quase todos aqueles que vieram até nós”, lembra ele.

 

Apoio familiar

A igreja cuida das crianças abandonadas até os seis meses de idade. Ainda, às mães que decidem criar seus filhos, existe uma rede de apoio que inclui subsídios financeiros e serviços de aconselhamento. Mas Lee Jong-rak não quer somente isso. No ano passado ele apresentou no parlamento uma lei que permita às mães dar à luz em segredo, para que caso desejem entregar o recém-nascido ao governo, assim o façam sem ter sua identidade exposta.

 

A sugestão do pastor ganhou ainda mais força quando, em 2012, uma lei proibiu as agências de adoção locais de aceitarem bebês sem os documentos necessários, e fez com que as adoções agora passassem a ser decididas pela justiça. Isso fez com que o número de bebês abandonados na Joosarang Community Church aumentasse consideravelmente. É que antes, bastava que a família não quisesse ou não pudesse ficar com seus filhos, para leva-lo a uma agência de adoção somente com um consentimento escrito e lá o deixasse.

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