Participando de entrevista no programa “Pingos nos Is”, da Rádio Jovem Pan, de São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar a postura do governador Carlos Moisés da Silva.
Entrevistado por Guilherme Fiuza, colunista do jornal Notícias do Dia, em Santa Catarina, o chefe da Nação externou seu descontentamento com as posições do governante catarinense, com fortes declarações.
Ele se referia a punição aplicada em Balneário Camboriú a uma bailarina que não estava usando máscaras. E justificou o veto ao projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional obrigando o uso de máscaras por toda a população em todo o Brasil. Alegou que trata-se de invadir a liberdade dos cidadãos e impor formas autoritárias.
Disse textualmente: “O governador de SC se elegeu usando meu nome e resolveu me atacar. Não sei qual a intenção. Santa Catarina é um estado que está sofrendo muito, por ações desse tipo por parte do coronel do Corpo de Bombeiros, o comandante Moisés. Eu não vi as imagens sobre Santa Catarina, mas é um absurdo o que está acontecendo. Ainda bem que por ocasião das eleições vamos discutir isto aí. Está provando e vendo os protótipos de ditadores do Brasil. Imaginem se estivesse sentado aqui na minha cadeira aquele cara que ficou no segundo lugar no segundo turno.”
O distanciamento de Carlos Moisés da Silva de Jair Bolsonaro é anterior à posse dos dois governantes. O comandante manifestou no final de 2018, depois das eleições, visível descontentamento por não ter tido o direito de indicar um ministro, atribuindo a sua campanha à espetacular vitória de Bolsonaro em Santa Catarina.
O fato real é que tanto Bolsonaro, quanto os bolsonaristas e líderes do PSL do Estado, estão mais do que convencidos de que ocorreu o contrário. Ou seja, Moisés é que venceu na onda de Bolsonaro, do 17, do discurso conservador e liberal.
A partir da posse do novo presidente, o governador distanciou-se daqueles que o elegeram, como deputados, dirigentes partidários e lideranças do Estado, para abrir interlocução com setores da esquerda.
A partir daí, o afastamento transformou-se em isolamento. O governador só praticou atos considerados até de hostilidade com o Palácio do Planalto. O mais visível ocorreu na conferência do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, na sede da Fiesc.
Irritado por não ter sido chamado para o palanque principal, Moisés fez rápido discurso e anunciou que se retiraria para a Casa da Agronômica, onde assistiria a fala do vice pela internet. E até hoje nenhum assessor explicou qual o compromisso inadiável do governador.
Nos meses seguintes, o esfriamento foi maior, com Bolsonaro sendo inteirado de todos os atos de Moisés contra deputados e líderes do PSL catarinense.
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