Rui Car
24/02/2018 08h55 - Atualizado em 24/02/2018 08h58

Canal “Hipócritas” usa o humor para defender valores e a fé cristã

“Queremos imprimir princípios numa sociedade moralmente caótica.”, afirmam integrantes

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Eles já foram chamados de “versão reaça do Porta dos Fundos”, mas os humoristas catarinenses do canal Hipócritas não aceitam o rótulo. Em entrevista ao portal Gospel Prime eles se definem como “pessoas comuns, cristãos, pais de família e com uma grande insatisfação com o cenário político-social nacional”.

 

Admitem que, com raríssimas exceções, o humor, como quase toda sociedade no Brasil “se rendeu ao politicamente correto”. Contudo, percebem que o cristianismo e os valores cristãos propositalmente não são poupados da zombaria. Isso é perceptível de modo especial nos programas da Globo como “Zorra” e “Tá no Ar”, com grande visibilidade.

 

 

“Por isso é extremamente necessário um contraponto. Uma maioria silenciosa se rendeu aos caprichos de uma minoria barulhenta. O politicamente correto é como uma ‘Sodoma e Gomorra’ amparada por uma pseudomoral mais elevada, mas que vai na contramão de todas as verdades que como cristãos, conhecemos bem”, afirma o trio formado por Augusto Pacheco, Paulo Souza e Bismark Fugazza.

 

 

Apesar da tônica de seus vídeos mais populares ser político, eles vão além disso. Além dos esquetes, há paródias musicais e, mais recentemente, interações com outros humoristas conservadores como Spider Consense.

 

“Queremos imprimir princípios numa sociedade moralmente caótica. Os princípios são necessários desde o ambiente familiar até a política, passando pela sociedade, igreja e cultura. Todos esses ambientes são e serão nosso foco”, esclarecem os humoristas.

 

 

Para eles, “a política está atualmente mais aparente em nosso conteúdo por ser uma grande fonte de quebra de princípios, mas não nos furtamos de denunciar as hipocrisias também nas outras esferas sociais”.

 

O objetivo de falar dessas hipocrisias ficou evidenciado desde a escolha para o nome do grupo, termo de origem grega usado para definir “aquele que demonstra uma coisa, quando sente ou pensa outra”. Definição esta cada vez mais associada aos artistas e movimentos que defendem o socialismo para os outros, enquanto eles próprios aproveitam o que o capitalismo tem de melhor.

 

A proposta tem dado certo e os vídeos do grupo tem sido compartilhados exaustivamente nas redes sociais. Alguns deles com mais de 1 milhão de visualizações. Seu canal oficial no Youtube se aproxima de 250 mil inscritos e, com a proximidade das eleições, devem ter matéria-prima para muita coisa nos próximos meses.

 

Uma das facetas menos conhecidas do grupo é quando eles falam sério. Augusto explica que todos membros são “envolvidos e atuantes” em suas igrejas. Veem o humor como “uma ferramenta de construção e desconstrução de crenças muito eficiente, não apenas no meio eclesiástico, mas na cultura em geral”.

 

O Hipócritas surgiu justamente por verem que esse humor “na verdade é muito melhor utilizado no meio secular, do que na igreja”.

 

“O humor bate sem deixar hematomas. O destinatário da mensagem assimila a informação e reformata suas convicções quase sem perceber. A igreja está em quilométrica desvantagem na utilização desta ferramenta. Como canal queremos usar este mesmo recurso, só que mostrando a verdade suprimida pelo “politicamente correto” e pelo relativismo moral”, avaliam.

 

Recentemente, o Porta dos Fundos fez alguns vídeos atacando o cristianismo que tiveram grande repercussão. O Hipócritas optou por fugir ao seu estilo e lançaram um “react”, onde analisam a representação pornográfica de Jesus.

 

“Nossa fé é loucura para quem não conhece a Cristo. Para nós um vídeo como aquele é obviamente chocante e desrespeitoso, mas para uma outra parcela da sociedade, alimentada pelo humanismo e relativismo atuais, a obra do Porta dos Fundos não passa de uma crítica a uma grande massa supostamente alienada. Isso só representa o quanto nos distanciamos como nação, da verdade da Palavra. Canais como Porta dos Fundos não são a causa, mas apenas os sintomas do problema”, encerram os membros do Hipócritas.

 

Assista uma das esquetes do canal:

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