Rui Car
03/08/2017 08h12

Casais que vivem juntos compartilham as bactérias da pele

Você imaginava que as bactérias compartilhadas funcionavam assim?

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Para muitos, compartilhar é uma das bases da vida a dois. E de acordo com um novo estudo, não são trocadas apenas experiências e emoções, mas também bactérias… muitas bactérias.

 

Assim como costumamos ouvir que os membros de um casal começam a se parecer com o passar do tempo, o mesmo pode acontecer com as bactérias da pele.

 

As semelhanças entre as bactérias observadas no estudo permitiram inclusive saber quais pessoas formavam casais. Foto: Tetra Images / Getty Images
 
 

O estudo foi publicado na revista científica mSystems. Os pesquisadores analisaram 20 casais que viviam juntos e descobriu que eles apresentavam similaridades no “microbioma” de sua pele (os bilhões de bactérias e micróbios que habitam o corpo humano, por dentro e por fora).

 

As semelhanças das bactérias permitiram saber quais pessoas formavam o casal. Isso se deve ao fato de que a afinidade era suficientemente forte para que um algoritmo de computador os identificasse em 86% dos casos.

 

Pele com pele

Josh Neufeld, professor de biologia da Universidade de Waterloo, no Canadá, e principal autor do estudo, explicou ao portal médico Health Day que estamos apenas começando a entender como o microbioma da pele afeta a saúde.

 

Segundo suas descobertas, a “comunidade microbiana” que interage com o sistema imunológico pode ter maior impacto na saúde do que imaginávamos. Por isso, ele ressalta que é importante compreender quais fatores afetam a configuração do microbioma de uma pessoa.

 

Ele indicou que a diversidade do microbioma seria saudável, pois as bactérias boas ajudariam a controlar as ruins.

 

A falta desta diversidade no caso do intestino, por exemplo, estaria relacionada a um maior risco de problemas no metabolismo e na função imunológica, incluindo a obesidade, a diabetes tipo 1 e a asma.

 

Falta de diversidade

O Dr. Adam Friedman, professor associado de dermatologia na Universidade George Washington, nos Estados Unidos, afirmou que há evidências de que uma falta de diversidade entre os micróbios da pele poderia contribuir para o desenvolvimento de condições de saúde como eczema, acne e rosácea.

 

“O fato de que os casais compartilham os micróbios da pele não é surpreendente. No entanto, este estudo enfatiza a importância do ambiente externo na comunidade microbiana de nossa pele,” explicou ele em declarações publicadas pelo Health Day.

 

O Dr. Friedman acrescentou: “Normalmente falamos das bactérias como se fossem ruins, mas quando tudo está em harmonia, não há nem ‘bom’ nem ‘ruim’. Quando há falta de diversidade, e esta harmonia é prejudicada, temos um problema”.

 

Você imaginava que as bactérias compartilhadas funcionavam assim?

 

 

@braham_MV

Abraham Monterrosas Vigueras

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