Rui Car
11/04/2017 10h45 - Atualizado em 11/04/2017 08h25

Coceira intensa durante a gravidez pode ser perigosa para o bebê

Alertar outras mulheres é algo muito bom e importante

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Uma mulher grávida que estava sentindo uma intensa coceira na pele fez uma publicação sobre o assunto no Facebook, e a decisão de compartilhar a queixa pode ter salvo a vida de seu bebê. O post despertou a preocupação de amigos, e os comentários recebidos foram suficientes para que ela fosse ao hospital, onde descobriu ter um transtorno que poderia ter sido fatal para a filha.

 

“Se você está grávida e está sentindo MUITA coceira, não ignore esta situação!!”, alerta Christina DiPino, numa publicação de 28 de março, que já foi compartilhada mais de 27 mil vezes e recebeu mais de 4 mil comentários. “Eu comecei a ter uma coceira muito intensa há algumas semanas (ela não estava me deixando dormir à noite), e graças à minha reclamação no Facebook e aos comentários de Jennifer, Britney e Monica, eu fui ao médico e descobri que tinha colestase da gravidez, que basicamente não seria prejudicial para mim – exceto pela coceira insuportável – mas poderia ter causado a morte do meu bebê após 37 semanas de gestação!!”

 

Juntamente com o aviso, Christina compartilhou duas fotos felizes do pós-parto com sua filha recém-nascida, além do link para o site da ICP Care, uma organização sem fins lucrativos que oferece apoio e informações a respeito da colestase intra-hepática da gravidez (ICP, na sigla em inglês), que foi seu diagnóstico oficial. De acordo com o site, trata-se de um conjunto de transtornos do fígado especificamente relacionado à gravidez. Ele interfere no fluxo de bile, que ajuda na digestão das gorduras. Isso leva ao acúmulo de ácidos biliares no sangue, aumentando o risco para o feto.

 

Como a ICP é um conjunto de transtornos, pode surgir de diferentes formas, com 80% dos casos diagnosticados no terceiro trimestre, cerca de 10% no segundo trimestre, e outros 10% no primeiro trimestre, embora algumas mulheres tenham recebido o diagnóstico mais cedo, com apenas oito semanas de gestação.

 

Ainda que o principal sintoma seja a coceira na pele – principalmente nas mãos e nos pés, embora algumas mulheres a sintam nos braços, nas pernas ou no corpo todo, e ela não é aliviada por anti-histamínicos – outros sinais, de acordo com o site, incluem urina escura, fezes pálidas, dor no quadrante superior direito do abdômen, fadiga, e depressão leve. A genética, os hormônios e fatores ambientais, embora não se saiba exatamente quais, podem desencadear a ICP.

 

Se não for tratada, seja através da indução do parto (quando possível) ou do uso de medicamentos, principalmente do ácido ursodesoxicólico, uma substância naturalmente presente no corpo que foi considerada segura para as mães e os bebês, há diversos riscos que incluem um trabalho de parto precoce, sofrimento fetal, hemorragia materna, e até a morte do feto.

 

Christina teve sorte por suas amigas terem se manifestado sobre o tema, conforme ela observa em seu post.

 

“Eu fui oficialmente diagnosticada na semana passada e precisamos fazer o parto nesta semana! Nós somos muito abençoadas!” disse ela. “Obrigada a todos pelos conselhos incríveis, que podem ter salvo a vida da nossa preciosa menina! Sim, nós somos MUITO ABENÇOADAS e gratas!!!” Ela acrescentou: “Agora eu serei a maluca que vai andar por aí pedindo que todas as grávidas tomem cuidado com isso!”

 

Alertar outras mulheres é algo muito bom e importante, como podemos ver pelos comentários deixados na publicação de Christina, que incluem mensagens de apoio e simpatia e um número surpreendente de relatos de mulheres que também passaram por isso.

 

“Eu tive isso na minha primeira gravidez e só fui diagnosticada com 39 semanas,” escreveu uma mulher. “Meu filho morreu de síndrome da morte súbita cinco semanas depois, e os médicos acham que a ICP teve algo a ver com isso. Agora estou grávida de 34 semanas, tenho ICP de novo, e farei uma cesárea quando completar 37 semanas, no dia 25!”

 

Um comentário dizia: “Eu provavelmente tive isso nas minhas duas primeiras gestações, mas não fui diagnosticada… Parabéns pela bebê, fico muito feliz que ela seja saudável”. Outra mãe compartilhou: “Eu tive isso quando estava com 36 semanas e os médicos induziram o parto do meu filho muito rapidamente. Fico feliz que tenham feito isso”.

 

Beth Greenfield
Senior Writer
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