Rui Car
17/08/2018 16h05 - Atualizado em 17/08/2018 16h06

Como fazer as contas caberem no seu salário

Organização e autoconhecimento são essenciais para diminuir as dores de cabeça causadas pela falta de dinheiro

Assistência Familiar Alto Vale
Portal Minha Vida

Portal Minha Vida

Delta Ativa

Não é incomum estar cercado por contas ao chegar no final do mês. Entretanto, nem sempre temos dinheiro para pagá-las, e acabamos nos endividando.

 

 

Isto pode acontecer por diversos motivos, e um deles é quando gastamos indiscriminadamente com itens ou serviços que não eram a prioridade do momento. Quando estas situações se tornam frequentes, podem demonstrar problemas em esferas mais profundas do que a financeira.

 

 

Se, no seu caso, a falta de dinheiro é causada pela gastança com coisas supérfluas, é possível reverter este quadro olhando para dentro de si.

 

Encare o problema

Ao perceber que sua renda nunca é o suficiente na hora de pagar as contas, o primeiro passo é aceitar que existe um problema. Em alguns casos, a questão pode ser solucionada através da organização.

 

 

Quando não priorizamos nossos gastos, é muito mais fácil encontrar-se sufocado pelas dívidas. Segundo a psicóloga e coach Angélica Guidoni, as necessidades básicas devem estar sempre em primeiro lugar. Portanto, alimentação, moradia e saúde devem ser nossa principal preocupação. Os prazeres são essenciais, porém, devem ser despriorizados para que garantamos a estabilidade de nossas rotinas.

 

 

Entretanto, para quem possui problemas com o consumismo compulsivo, o primeiro passo é buscar auxílio profissional.

 

 

Como perceber que tenho problemas de consumo compulsivo

De acordo com Angélica Guidoni, pessoas excessivamente consumistas tendem a perceber que estão com um problema a partir do momento em que o meio externo começa a ser prejudicado. Esta não é uma revelação de fácil digestão, e é necessário procurar o suporte de amigos e familiares, para que você não se sinta desamparado.

 

A especialista explica que a emoção faz com que não tenhamos consciência de atitudes nocivas à nossa estabilidade financeira. Porém, ao perceber que os aspectos que mais amamos em nossas vidas estão se desequilibrando por conta de nosso comportamento, despertar para o problema se torna mais fácil.

 

É nesse instante que o autoconhecimento se torna uma ferramenta valiosa. Quando conhecemos nossos principais valores e motivações, podemos identificar o que está em desarmonia dentro de nós mesmos. “A gota d?água que nos motiva a mudar uma situação representa o aspecto mais importante de nossas vidas, podendo ser a saúde ou nossa tranquilidade, por exemplo”, diz a especialista.

 

Para a psicóloga Wanessa Moreira, a necessidade da compra vem para preencher um vazio, provocado por um sentimento que não está sendo cuidado. Através do consumo, podemos preencher o abandono, a carência ou um medo. “Observar o sentimento que você tem no momento da compra e no dia seguinte, é um bom caminho para começar a investigar este processo e sair dessa rota de compulsão”, explica a especialista.

 

 

O que muda em nossas vidas quando aprendemos a gastar

Para Angélica, ao reorganizar e repriorizar os gastos, nos tornamos livres para ter bons momentos. “Quanto mais nos estressamos com o dinheiro, menos tempo temos para fazer as coisas que amamos”, explica a psicóloga.

 

Ao ter nossas contas em dia, adquirimos uma maior autonomia para não nos preocuparmos apenas com questões de subsistência. A autoestima também sofre um impacto positivo, pois nos sentimos úteis e produtivos quando estamos com tudo pago.

 

Passo a passo para reorganizar seus gastos

Quando conhece melhor a si mesmo e é capaz de enfrentar o problema, você pode seguir algumas dicas para ter uma maior tranquilidade no final de cada mês. Veja a seguir:

 

1. Organize-se

Reserve um dia da semana para que você possa checar todos seus extratos e contas, analisando seus gastos. Priorize o que é essencial, e guarde uma quantia fixa para as despesas básicas. Para quem tem a renda variável, a última orientação é ainda mais importante. É necessário criar uma média de quanto gastamos mensalmente e também criar uma reserva econômica para casos de emergência, como uma situação de desemprego.

 

 

2. Faça um diário

Para Wanessa, é importante que você anote todos os seus gastos. Ter a consciência do seu caixa financeiro é um grande passo. E além de registrar suas despesas, é aconselhável que você escreva sobre os seus sentimentos no momento da compra. Analise as emoções que você sentia em dias de gasto excessivo, como por exemplo, pelo que você havia passado em um dia que gastou de maneira indiscriminada em uma loja de roupas. Pode ser que você note um padrão.

 

3. Busque rendas extras

Em casos de endividamento extremo, é necessário buscar outras formas de renda. Pense em suas qualidades e competências, e use-as a seu favor.

 

4. Tenha paciência

É importante ter em mente que um rombo no orçamento não aconteceu de um dia para o outro, portanto, a recuperação financeira também não será imediata.

 

5. Crie metas próprias

É importante que você crie metas de gasto que sejam compatíveis com seus objetivos. “A vida precisa ser tomada com a própria mão, portanto, as metas devem ser criadas pela própria pessoa”, explica Angélica. Encare sua reorganização financeira como um reposicionamento de vida. Para Wanessa, perguntas como “Qual minha prioridade no momento?” e “O que eu quero para a minha vida hoje?”, podem ser um norte no momento de readaptar e redirecionar o dinheiro.

 

6. Armazene seu dinheiro em um local seguro

Guardar o dinheiro em uma poupança pode trazer grandes benefícios, já que a economia se torna menos palpável. Além disso, a possibilidade de investir e gerar um maior capital para nós mesmos nos faz não querer gastar desnecessariamente. Quanto mais economizar, maiores serão nossos ganhos futuramente.

Justen Celulares