Rui Car
21/09/2017 08h14

Converter gordura ruim em gordura boa pode ser a chave para tratar obesidade, afirmam cientistas

O NHS prevê que metade da população do Reino Unido será obesa até 205

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Há dois tipos de tecido adiposo no corpo: o bom, que nos ajuda a queimar calorias, e o ruim, que nos faz ganhar peso.

 

Agora, pode haver uma maneira de transformar o tipo ruim no bom, segundo uma pesquisa feita na Washington University School of Medicine, em St. Louis.

 

Embora o estudo tenha sido realizado em ratos, ele demonstrou resultados promissores, que podem ser a chave para abolir a gordura ruim dos corpos humanos e, subsequentemente, tratar a obesidade.

 

Publicado no Cell Reports, o estudo explica que quando a gordura armazena calorias em nossa barriga, ela gera calor.

 

Ao bloquear a função de uma proteína específica, encontrada nas células de gordura ruim, os cientistas descobriram que essas mesmas células passaram a produzir uma gordura que seria um meio termo entre a boa e a ruim.

 

Posteriormente, essa técnica de bloqueio fez com que essa gordura começasse a esquentar e depois queimar calorias.

 

“Nosso objetivo é encontrar uma forma de tratar ou prevenir a obesidade”, disse o autor, Irfan J. Lodhi, PhD.

 

“Nossa pesquisa sugere que, ao atingir uma proteína da gordura ruim, podemos fazê-la criar um tipo de gordura que combate a obesidade”.

 

Esse tipo de gordura foi descoberto em humanos em 2015, e atua de forma benéfica para o corpo.

 

Os pesquisadores produziram uma linhagem genética de ratos que não tinham a proteína alterada em suas células de gordura ruim. Eles só produziam gordura boa e tinham um corpo mais magro, comparado ao de outros ratos. Embora todos os ratos comessem a mesma quantidade, esse grupo queimava mais calorias.

 

“Normalmente, os ratos têm níveis muito baixos da proteína chamada PexRAP em sua gordura boa”, disse Lodhi. “Quando colocamos os ratos num ambiente frio, os níveis da proteína também diminuíram, permitindo que a gordura ruim se comportasse como gordura boa. O frio induz a gordura boa a queimar a energia armazenada e produzir calor”.

 

“O desafio será encontrar formas seguras de fazer isso em seres humanos sem fazer seus corpos superaquecer ou ter febres, mas os desenvolvedores de remédios já terão um bom começo após essa pesquisa”, disse ele.

 

Não é a primeira vez que os cientistas estão falando nesse novo tipo de gordura como um possível caminho para combater a obesidade.

 

Um estudo feito em 2015 na Georgia State University também sugeriu que a capacidade do organismo de converter gordura ruim em gordura boa, através da produção de calor, pode tratar a obesidade e o diabetes.

 

No entanto, os pesquisadores notaram que o processo não ocorre naturalmente em humanos, em uma escala grande o suficiente para causar algum impacto real.

 

Eles também concluíram que, como os seres humanos geralmente mantêm um nível neutro de calor, a ocorrência desse tipo de célula de gordura é limitada, assim como o papel que ela pode desempenhar na produção diária de calor.

 

Segundo a NHS (Serviço de Saúde do Reino Unido), um em cada quatro britânicos são obesos, e ela ainda alerta que mais da metade da população do país pode se tornar obesa, até 2050.

 

 

Olivia Petter

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