Apesar do colorido das torcidas nos estádios, gols bonitos e algumas “zebras” que passeiam pelos gramados, a Copa do Mundo do Catar está sendo marcada por polêmicas que puderam ser vistas logo nas primeiras rodadas. O país foi escolhido como sede da competição em 2010.
Confira algumas polêmicas:
Jogadores ingleses ajoelhados no gramado
Um dos protestos que chamou atenção dentro de campo foi no jogo entre Inglaterra e Irã, dia 21 de novembro, na estreia das duas seleções na competição.
Os atletas ingleses se ajoelharam no gramado, em protesto pela não utilização da braçadeira com a mensagem “Love”, em apoio às causas LGBTQIA+ e contra o preconceito.
Após o veto da FIFA, um grupo de sete seleções europeias (Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Holanda e Suíça) anunciou que seus capitães não usariam as braçadeiras temendo multas e até mesmo sanções esportivas e possíveis problemas disciplinares.
Seleção alemã cobre a boca
Justamente após esse anúncio de possíveis sanções, os jogadores da seleção alemã protestaram durante a foto oficial do time na estreia na Copa do Mundo diante do Japão no dia 23. Eles cobriram as bocas com as mãos durante a foto.
A atitude foi uma resposta às medidas divulgadas pela FIFA, que proibiram as seleções de se manifestarem durante as partidas. Todos os atletas da Alemanha participaram do gesto. A homossexualidade é ilegal no Catar.
Iranianos protestaram na arquibancada e no campo
Os jogadores do Irã usaram o espaço do hino nacional na partida contra a Inglaterra, para protestar sobre as condições do país. Os atletas se abraçaram e ficaram em silêncio. Nas arquibancadas, alguns torcedores iranianos vaiaram.
O Irã passa por um regime teocrático, onde as leis são inspiradas por um ou vários deuses há anos. Recentemente, uma mulher foi morta por utilizar de forma inadequada a hijabi (véu islâmico), o que gerou uma série de protestos pelo país por igualdade de direitos à população feminina.
O país protagonizou mais um episódio político em meio à Copa do Mundo. Na vitória por 2 a 0 contra o País de Gales, uma torcedora iraniana foi abordada por seguranças do estádio Ahmad Bin Ali.
Ela estava exibindo a camisa da seleção com o nome de Masha Amini, uma jovem de 22 anos que foi detida e morta pela Polícia da Moralidade de Teerã. No estádio, a torcedora que protestou estava acompanhada de um rapaz que empunhava bandeira do país com a mensagem: “Liberdade para as vidas femininas”. Os seguranças presentes no estádio abordaram os dois.
O protesto da torcedora do Irã. Ela segura uma camisa com o nome de Mahsa Amini, jovem de 22 anos detida e morta pela Polícia da Moralidade de Teerã por infringir o código de vestimenta feminino ao deixar uma mecha de cabelo aparecer#Qatar2022 #EsportudoNaCopa #IRN
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— Goleada Info 🏆🇧🇷 (@goleada_info) November 25, 2022
Invasão de torcedor ao campo em Portugal e Uruguai
Na partida final da segunda rodada entre Portugal e Uruguai, pelo grupo H da Copa do Mundo, um torcedor invadiu o gramado do estádio Lusail e protestou com a bandeira nas cores do arco-íris, em apoio à causa LGBTQIA+.
Além da bandeira, a parte de trás da camisa do torcedor destacava a frase “respeito pelas mulheres iranianas”, enquanto na parte da frente estava escrito “salvem a Ucrânia”.
O homem foi contido por seguranças e jogou a bandeira no gramado. O item foi retirado do local e recolhido. A Copa no Catar vem sendo muito criticada devido a postura do país, considerada intolerante por muitos.
Desde o começo da segunda rodada da fase de grupos, torcedores que quiserem expressar apoio à comunidade LGBTQIA+ com camisetas, bandeiras e símbolos semelhantes não devem mais ser incomodados pelos seguranças. A braçadeira “One Love” continua sendo tabu dentro do gramado.
Confusão com a bandeira de Pernambuco
Apesar de não se tratar de um protesto, policiais abordaram o jornalista Victor Pereira, que está no Catar para a cobertura do evento, por segurar uma bandeira de Pernambuco. O arco-íris presente na bandeira confundiu os policiais, que acharam se tratar de apoio à causa LGBTQIA+.
O brasileiro compartilhou um vídeo nas redes sociais, onde foi possível ver a abordagem dos homens. Em inglês, Victor contou que é um jornalista e repetiu “eu vou te mostrar”.
Algumas pessoas presentes no país têm feito protestos em defesa dos direitos das pessoas LGBTQIA+.
Fomos abordados por conta da bandeira de Pernambuco, que tem um arco-íris e acharam que era a bandeira LGBT. Tomaram o meu celular e só me devolveram quando deletei o vídeo que tinha. pic.twitter.com/7X2oal8bq1
— Victor Pereira (@ovictorpereira) November 22, 2022
Fonte: ND+