Rui Car
10/08/2018 10h45 - Atualizado em 10/08/2018 09h03

Crianças com doenças terminais contam a médico o que mais amaram na vida

Através de seu twitter, Alistair McAlpine compartilhou sábios pensamentos das crianças que atende

Assistência Familiar Alto Vale
Portal Minha Vida

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Imagine trabalhar em uma área hospitalar onde você atende crianças com doenças terminais. É uma função árdua, e exige um grande controle emocional para lidar com pacientes que estão vivendo seus últimos dias. E um médico da Cidade do Cabo, na África do Sul, chamado Alistair McAlpine faz exatamente isso.

 

 

Sua especialidade é em pediatria, e ele faz parte dos cuidados paliativos, auxiliando crianças a viverem pequenos tempos de vida da melhor maneira possível. Quando pensamos no assunto, é normal que nos sintamos tristes. Mas para McAlpine, não devemos focar apenas na tristeza dos pacientes, e sim, em toda a sabedoria que eles desenvolvem, mesmo com poucos anos de idade.

 

 

Para provar isso, ele fez uma série de perguntas sobre o sentido da vida e o que havia de prazeroso nela para algumas das crianças que estão sob seus cuidados.

 

As respostas são carregadas de inocência, e podem nos possibilitar enxergar a vida com outros olhos. Veja a seguir o que ele compartilhou em seu Twitter:

 

 

O que as crianças não sentiam falta

Segundo o pediatra, nenhum de seus pequenos pacientes gostaria de assistir mais televisão, ou passar mais tempo nas redes sociais. Brigar com outras pessoas e estar no hospital não eram atividades prazerosas para elas.

 

 

O que as crianças disseram sobre seus pais

Muitos pacientes citaram seus pais, expressando preocupação com eles. “Eu espero que a mamãe fique bem. Ela parece triste”, disse uma das crianças. Outras afirmaram que seus pais não deveriam se preocupar, pois eles as reencontrariam em breve no céu. “Deus irá tomar conta da mamãe e do papai quando eu partir”, contou uma menina.

 

O que as crianças amavam em suas vidas

Uma das maiores paixões entre as crianças eram sorvetes e livros. Seja lendo ou escutando os pais contarem uma história à elas, o momento era prazeroso. “Harry Potter me faz sentir corajoso”, “Eu amo histórias no espaço”, ou “Quando eu melhorar, quero ser um grande detetive como o Sherlock Holmes”, foram algumas de suas afirmações. Nadar, ir para a praia e construir castelos de areia também figuravam entre seus maiores hobbies. “Estar no mar com as ondas foi tão gostoso. Meus olhos nem doeram”, disse um dos pequenos.

 

O que elas mudariam em suas vidas

As crianças disseram que passariam menos tempo preocupando-se com o que os outros achavam delas. Na verdade, elas gostariam de dar mais atenção a quem as tratava “normalmente”, sem a existência de dó. “Meus amigos de verdade não ligaram que meu cabelo caiu”, afirmou um dos pequenos. Um dos pacientes ainda contou que sua amiga Jane o visitou, e nem notou que ele tinha uma cicatriz.

 

 

O que as crianças mais valorizavam

Segundo o médico, quase todas as crianças consideravam a gentileza como a característica mais importante de todas.”Eu gosto muito quando aquela enfermeira gentil está aqui. Ela me trata muito bem e faz com que o tratamento me cause menos dor”, explica a criança.

 

Elas também amavam pessoas que a fizessem rir. Um paciente contou que não conseguia parar de rir quando um mágico a visitou, e suas calças acabaram caindo. Uma outra criança afirmou que adorava as caretas que seu pai fazia.

 

Um dos pequenos contou que ria do menino da cama ao lado que solta peidos. Segundo todas elas, rir alivia a dor e torna a vida mais feliz. E entre todas as coisas, o que as crianças mais valorizavam eram suas famílias. Os abraços e os beijos que recebiam de seus parentes lhe davam força para serem felizes.

 

As histórias que McAlpine compartilhou viralizaram na internet. Entre diversas perguntas que recebeu, uma das mais frequentes foi como ele conseguia manter a sanidade trabalhando com crianças tão frágeis. Ele responde: “A área de cuidados paliativos me escolheu, não o contrário”. Esta é a sua missão.

 

Ele termina dizendo que devemos ser mais gentis. Precisamos ler mais livros, passar mais tempo com nossa família, ir para a praia, abraçar nosso cachorro. São os pequenos detalhes que realmente fazem a vida valer a pena. “O restante são detalhes”, conclui em seu Twitter.

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