Rui Car
21/03/2018 13h47

“Crivella e Malafaia matariam Jesus hoje”, acusa o pastor Henrique, do PSOL

Ato multirreligioso por Marielle no Rio tem tom de comício

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Na noite desta terça-feira (20), milhares de pessoas fizeram uma passeata em memória da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, assassinados na última quarta-feira (14).

 

O evento culminou com um “ato multirreligioso” em frente à Câmara no Rio de Janeiro. Entre os convidados estavam líderes religiosos como Leonardo Boff, o rabino Nilton Bonder, o pastor luterano Mozart Noronha e a mãe de santo IyáWanda de Omolu.

 

 

Circulam vários vídeos na internet mostrando que o tom foi meramente político. Era possível ver diferentes bandeiras sendo agitadas, incluindo várias com o arco-íris, símbolo do movimento LGBT e até uma usada para representar os Territórios Palestinos.

 

 

A participação do pastor batista Henrique Vieira chamou atenção pelas colocações que mostram a tentativa de aproximação do partido com os evangélicos. Assim como Noronha, Vieira é filiado ao PSOL. Ele já declarou sua intenção a concorrer a deputado estadual nas eleições deste ano.

 

Assim como tinha feito em suas participações no programa “Encontro” da Rede Globo, o pastor psolista insistiu que Jesus foi um “negro favelado de Nazaré”. Comparando a pessoa de Cristo com a vereadora assassinada, disparou: “A cruz não foi capaz de silenciar a voz de Jesus e aqueles tiros não vão silenciar a voz de Marielle”.

 

 

Ele também subiu o tom, fazendo ilações e acusações. Usando de ironia, bradou: “Eu quero afirmar, com todo amor e respeito, que os coronéis da fé e vendilhões do templo Crivella, Malafaia e companhia matariam Jesus hoje. Eles não controlam esse povo preto e pobre que usam o nome de Jesus para promover o amor e a graça”.

 

 

Muito aplaudido pelos presentes, o discurso de Vieira foi encerrado pelo grito de “Nós somos a revolução”.

 

Em que pese toda a comoção nacional por um crime que ainda não foi esclarecido, chama a atenção a mudança de perspectiva dos movimentos de extrema-esquerda em relação aos evangélicos.

 

Se o PSOL no passado expulsava de suas fileiras pessoas que, como o Cabo Daciolo, afirmavam serem evangélicos e falavam sobre sua fé, hoje encontra líderes religiosos afinados com seu discurso, que não têm temor de distorcer o evangelho, transformando-o em um discurso ideológico de viés marxista.

 

 

Cabe ressaltar, que essa busca pela aproximação não é exclusividade do PSOL. O PCdoB, que já lançou Manuela D’Ávila como pré-candidata à presidência, também dá mostras que quer uma aproximação com o eleitorado evangélico. Em entrevista recente, um dos líderes do partido afirmou: “Os evangélicos compõem uma parcela da população brasileira e grande parte das teses que a chamada “bancada evangélica” defende aqui não têm adesão entre os evangélicos”.

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