As telas dos celulares podem conter até seis tipos diferentes de bactérias, incluindo as do gênero Streptococcus spp, causadoras de diversas infecções, como faringite e pneumonia.
Gastroenterite, faringite e otite, entre outras infecções comuns, podem ser provocadas pelas bactérias presentes em nossos celulares. Para evitá-las, é importante respeitar duas máximas: limpeza e bom uso
As bactérias mais comuns são as do gênero Staphylococcus spp, que colonizam a pele e a mucosa nasal e que, em alguns casos, podem causar doenças cutâneas como impetigo, celulite ou até otite.
Isso não é novidade, pois já sabemos que existe a possibilidade de que as telas dos celulares sejam ainda mais perigosas, contendo até 30 vezes mais bactérias do que a tampa de um vaso sanitário, de acordo com as conclusões de um estudo realizado pela Universidade de Barcelona.
A higiene das mãos é fundamental para evitar este tipo de infecção, conforme explica o Dr. Mikele Macho, médico da Associação de Microbiologia e Saúde (AMYS) que trabalha no Hospital Universitário de Basurto (em Vizcaya, Espanha).
Também é muito comum encontrar enterobactérias, como Escherichia coli e Salmonella spp, que podem causar doenças intestinais e extraintestinais importantes. Outras bactérias, como Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosao e Acinetobacter baumanii, também estão presentes nas telas dos celulares, e podem causar doenças infecciosas na população mais susceptível.
Em sua grande maioria, são as mesmas bactérias que temos em nossa pele, boca e mãos. Portanto, “como são nossas próprias bactérias, em geral é pouco provável que sejam prejudiciais para nós mesmos. Além disso, desinfetar o celular de vez em quando é suficiente para eliminá-las,” esclarece Maite Muniesa, pesquisadora do Departamento de Microbiologia do Hospital de Barcelona e autora do estudo.
Por outro lado, especialistas em microbiologia continuam estudando para ratificar a evidência da transmissão de micro-organismos pelos celulares. Segundo o Dr. Mikele, eles também podem agir como transmissores de fungos e de vírus, como o da gripe ou outros vírus respiratórios em épocas de epidemia.
Os celulares costumam ter uma superfície lisa e irregular, e geralmente são protegidos com plástico, que geram nichos onde a sujeira e o suor se acumulam. Além disso, eles emitem calor, criando condições favoráveis para o desenvolvimento de micro-organismos.
Outra via de propagação de doenças infecciosas surge ao guardarmos o telefone celular no bolso ou na bolsa. Com frequência também o deixamos em superfícies que podem estar contaminadas por micro-organismos.
Como se proteger
Segundo a AMYS, a maneira preventiva mais simples e eficaz para evitar a transmissão de micro-organismos por meio dos celulares é lavar bem as mãos com água e sabonete, mesmo que acreditemos que não estejam sujas.
Além disso, é importante manter o dispositivo móvel limpo e desinfetado. Devemos limpá-lo de forma regular e rotineira, pelo menos uma vez por mês, usando um pano de microfibra umedecido com álcool e fazendo movimentos circulares, lembrando de secá-lo.
Ao colocar o celular sobre uma superfície, deixe-o com a tela para cima e evite áreas sujas ou contaminadas, como o banheiro ou a bancada da cozinha; as bactérias podem passar para ela e, ao se aproximarem do seu rosto, podem entrar no seu organismo. Observe quem pega o seu celular, sobretudo se pessoa estiver doente. Neste caso, é muito fácil você se infectar também.