Rui Car
10/05/2017 10h45 - Atualizado em 10/05/2017 08h12

Deixar os bebês brincarem com tablets pode causar atrasos na fala, diz um estudo

Os pais devem conversar com os filhos sobre seu comportamento e segurança online

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Os pais modernos têm sentido a pressão de introduzir a tecnologia na vida de seus filhos, mas é preciso se preocupar com os efeitos negativos disso. Um novo estudo, apresentado no Encontro da Sociedade Acadêmica de Pediatria esta semana, descobriu, de fato, alguns efeitos alarmantes.

 

A pesquisa, liderada pela Dra. Catherine Birken, descobriu uma conexão entre o tempo na frente de celulares e tablets e um atraso na fala de crianças entre seis meses e dois anos de idade. Os pais de mais ou menos 900 crianças revelaram quantos minutos por dia seus filhos passam na frente das telas de celulares e tablets, durante 18 meses, e os pesquisadores acompanharam o desenvolvimento da linguagem das crianças. Eles observaram uma grande variedade de indicadores da fala, incluindo o vocabulário da criança e o uso de sons ou palavras para obter atenção ou ajuda.

 

A conclusão foi que, para cada aumento de 30 minutos de uso diário, há um aumento de 49% no risco de um “atraso da linguagem expressiva” – também conhecida como a utilização de sons e palavras. É importante salientar que a pesquisa não encontrou qualquer conexão entre outras áreas da comunicação, como a linguagem corporal ou as habilidades sociais.

 

Birken também adverte que são necessárias mais pesquisas para concluir, de forma definitiva, se os dispositivos eletrônicos estão realmente causando atrasos na fala das crianças.

 

“Acredito que, para encontrarmos provas definitivas sobre a questão, precisamos pesquisar mais”, disse Birken em uma declaração para a CNN. “Mais testes são necessários. Também precisamos de mais evidências e estudos longitudinais, mas já foi possível constatar e identificar uma associação que suporta as recomendações atuais (da Associação Americana de Pediatria)”.

 

As recomendações atuais da AAP são:

 

“Em casos de crianças com menos de 18 meses, evitar o uso de telas eletrônicas para quaisquer fins que não forem conversas em vídeo. Pais de crianças de 18 a 24 meses de idade que desejem apresentar mídias digitais aos filhos, devem escolher a programação com muito cuidado e ajudá-los a compreender o que eles estão vendo”.

 

“No caso de crianças entre 2 a 5 anos, o uso deve se limitar a uma hora por dia de programas de boa qualidade. Os pais devem ajudar as crianças a compreender o que estão assistindo e encontrar aplicações daquilo no mundo à volta delas”.

 

“Crianças de 6 anos ou mais, devem ter limites consistentes sobre o tempo gasto com TV e eletrônicos. Os pais devem se certificar que as crianças não sofram com perda de sono, falta de atividades físicas e outros comportamentos essenciais para a saúde”.

 

“Pode-se designar momentos nos quais é permitido assistir TV ou utilizar eletrônicos na presença dos pais, como jantares ou no trajeto de carro. Pode-se também definir locais na casa onde este uso é permitido, como nos quartos”.

 

“Os pais devem conversar com os filhos sobre seu comportamento e segurança online, ensinando-os a tratar os outros com respeito tanto online quanto off-line”.

 

Com base nos resultados do estudo, a Dra. Birken sugere que os pais não permitam que crianças menores de 18 meses utilizem eletrônicos, até que sejam feitas mais pesquisas.

 

[h/t:CNN]

Lindsey Murray
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