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Você deve ter ouvido seus avós reclamando que não conseguiam dormir bem, mas nunca ninguém havia conseguido descobrir o porquê. Até agora.
Pesquisadores estudaram a comunidade caçadora-coletora do povo Hazda, do norte da Tanzânia, para descobrir como as pessoas dormem em grandes grupos. Os Hazdas dormem em grupos de 20 a 30 pessoas, em cabanas de palha ou ao ar livre.
O estudo – que analisou os padrões de sono de 33 homens e mulheres saudáveis, entre 20 e 60 anos – descobriu que a razão da dificuldade para dormir com a chegada da idade, é evolutiva. Milhares de anos atrás, pelo menos um membro de uma comunidade precisava estar acordado a todo momento para afastar os predadores.
Os resultados do estudo descobriram que esta tática de sobrevivência pode ter permanecido conosco até os dias de hoje. As observações mostraram que os padrões de sono raramente estavam sincronizados, e mais de um terço dos Hazdas estava acordado ou em um sono leve, em qualquer momento específico.
Ao longo de mais de 220 horas de observação, houve apenas 18 minutos em que todos os adultos estavam dormindo ao mesmo tempo. As pessoas na faixa entre 50 e 60 anos também iam dormir muito mais cedo do que aqueles nos seus 20 ou 30 anos, sugerindo mais evidências de um traço evolutivo.
“Muitas pessoas mais velhas vão ao médico e reclamam que acordam cedo e não conseguem voltar a dormir,” comentou o autor Charlie Nunn, professor de antropologia evolutiva na Universidade Duke, nos Estados Unidos.
“Mas talvez não exista nada de errado com eles. Talvez algumas das questões médicas que nós temos hoje, possam ser explicadas não como transtornos, mas como resquícios de um passado evolutivo em que estas características eram benéficas”.
“Sempre que você tem uma população com idades diferentes, alguns vão dormir mais cedo e outros mais tarde. Se você é mais velho, costuma ser mais matinal. Se você é mais jovem, costuma aproveitar mais a noite,” acrescentou ele.
“Se você está num estágio mais leve do sono, está mais atento a qualquer tipo de ameaça no ambiente ao seu redor”.
Lauren Sharkey
