Rui Car
16/01/2017 09h55 - Atualizado em 16/01/2017 08h30

Desempregada, âncora que virou símbolo da bagunça do SBT ri de gafe ao vivo

Fora da TV, Juliana virou assessora de imprensa

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Há dez anos, a jornalista Juliana Alvim virou símbolo da desorganização do SBT. Ao se despedir do “SBT Brasil”, esqueceu o programa que viria a seguir e o vídeo da gafe virou hit na internet: “Assista daqui a pouco ao programa… Boa noite”. O meme voltou a circular nesta semana, quando o SBT anunciou a volta do telejornal “Primeiro Impacto” no lugar de “Clube do Chaves” e, quatro horas depois, cancelou a reestreia.

 

Juliana Alvim confessa ao UOL que ri da própria gafe e relembra as constantes alterações no telejornal: “Vira e mexe alguém lembra. Sinceramente? É uma coisa engraçada, o que posso fazer? Mas há coisas mais relevantes, o jornal que cada dia tinha formato diferente, aí não tem mais jornal e tiram do ar. O maior prejudicado é o telespectador”.

 

No vídeo, Juliana Alvim encerrou o “SBT Brasil” às pressas e chamou a atração seguinte, porém esqueceu o que viria na sequência. Aflita, disse “boa noite” duas vezes e foi ajudada pelo colega de bancada Hermano Henning, até o telejornal terminar. A gafe refletiu o desespero do SBT, que na época perdia audiência para a Record e alterava a programação sem aviso prévio. Silvio Santos extinguiu inclusive a assessoria de imprensa da emissora.

 

Juliana assume o erro e relembra por que cometeu a gafe: “Naquele último bloco, houve muitas mudanças no ar, era meio na sorte. O teleprompter e eu não acompanhamos. Chegou um momento que falaram no ponto eletrônico: ‘Depois da nota, chame a matéria… Não, acho que vamos encerrar, talvez a gente encerre’. Em vez de dar ‘boa noite, ficamos por aqui’, falei ‘boa noite, fique agora com…’ e não lembrei o filme, e eu tinha lido, mas foi muita agitação”.

 

Montagem/Reprodução/Arquivo pessoal
 
Juliana Alvim em dezembro de 2006, no “SBT Brasil”, e atualmenteimagem: Montagem/Reprodução/Arquivo pessoal

 

Saída do SBT e desemprego

Juliana Alvim teve passagem relâmpago na bancada do “SBT Brasil”, apenas 15 dias. Ela era repórter do SBT em Brasília e se destacava na cobertura da CPI do Mensalão, quando foi chamada às pressas para São Paulo após a saída de Ana Paula Padrão. “Foi uma honrosa surpresa, mas não era meu sonho, gostava de ser repórter de política, nunca tinha ancorado jornal”, recorda.

 

Depois da confusão ao vivo, o telejornal foi alterado novamente e Juliana pediu para voltar para Brasília, onde morava com a família, mas ficou insatisfeita com as mudanças e deixou a emissora em 2007. “Tudo começou a mudar. Ficou sem graça, chato, perdeu qualidade. Não quiseram renovar meu contrato e eu não queria ficar. Nem queria mais ser repórter de TV”, lamenta.

 

Fora da TV, Juliana virou assessora de imprensa e voltou a Minas Gerais, seu estado natal, para ser coordenadora de jornalismo da rádio CBN, mas há dois meses teve seu cargo extinto e perdeu o trabalho. “Virei estatística, faço parte dos 12,5 milhões de desempregados. Não sei o que vai surgir, estou esperando se surge algum convite”, torce.

 

Dez anos após a gafe, Juliana admite que não assiste ao telejornal que lhe deu fama: “Está aí um canal que eu pouco vejo, o SBT. Não tenho grande proximidade como telespectadora e jornalista. Com todo respeito aos meus colegas que trabalham lá, acho que há outros jornais mais legais, não deixaria de ver o ‘Jornal Nacional’, da Record ou da Band para ver o do SBT. Talvez tenham até boas matérias, mas é difícil”.

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