Rui Car
08/02/2018 15h10 - Atualizado em 08/02/2018 13h54

DNA do primeiro britânico revela que ele tinha pele escura e olhos azuis

A história humana é uma história sobre migrações

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Cientistas do Museu de História Natural da Grã-Bretanha e da Universidade College London analisaram os restos de um homem que viveu no sudoeste da Inglaterra 10 mil anos atrás. Seu DNA revelou que ele tinha pele escura e olhos azuis.

 

Esse é o mais antigo “britânico moderno” já encontrado, o que significa que é o primeiro britânico conhecido. Apelidado de “Cheddar Man”, seu esqueleto foi descoberto em uma caverna em 1903.

 

Análise de DNA 

 Os pesquisadores fizeram um furo de 2 milímetros no crânio do Cheddar Man, extraindo pó ósseo para análise. As descobertas transformaram a maneira como eles viam o antigo britânico, que inicialmente tinha sido retratado como tendo olhos castanhos e pele clara.

 

“É muito surpreendente que um britânico 10 mil anos atrás poderia ter essa combinação de olhos muito azuis e pele muito escura”, disse Chris Stringer, do Museu de História Natural. Os achados sugerem que a pigmentação de pele mais clara, característica das populações do norte da Europa, é mais recente do que pensávamos anteriormente.

A história humana é uma história sobre migrações

A tribo do Cheddar Man migrou para a Grã-Bretanha no final da última Era do Gelo e seu DNA foi ligado a indivíduos descobertos na Espanha, na Hungria e em Luxemburgo.

 

Selina Brace, pesquisadora de DNA do Museu de História Natural, disse que o ambiente da caverna em que o esqueleto foi encontrado ajudou a preservar seus restos. “Na caverna você tem um ambiente muito agradável, seco e constante, e isso basicamente impede que o DNA se desintegre”, afirmou.

 

Um busto do Cheddar Man foi criado usando impressão em 3D para ser exibido no museu. Cerca de três meses foram necessários para construir o modelo, através de um scanner de alta tecnologia projetado para a Estação Espacial Internacional.

 

 

Alfons Kennis, que fez o busto ao lado de seu irmão Adrie, disse que as descobertas eram revolucionárias. “É uma história sobre migrações. E [essa história] talvez apague a ideia de que você tem que ter uma certa aparência para ser de algum lugar. Somos todos imigrantes”, falou para o Canal 4 britânico em um documentário que ainda irá ao ar. [Phys]

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