Rui Car
08/10/2018 11h30 - Atualizado em 08/10/2018 08h54

Enfermeira convida uma das primeiras bebês que cuidou para ser sua daminha

Ela perguntou se sua paciente Augie poderia ser a sua daminha

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Para muitos que estão se casando, a daminha é uma jovem sobrinha ou prima, ou talvez uma jovem irmã. Emily Rosimo pensou diferente e escolheu alguém de uma família que ela escolheu, ao invés da que ela nasceu. Ela perguntou se August Giotta –  mais conhecida por Augie – que foi uma das primeiras crianças que ela cuidou na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTI), iria até o altar antes dela. Isso foi algo simbólico diante de um relacionamento muito especial, que nasceu através de circunstâncias infelizes.

 

Augie nasceu em fevereiro de 2015 com 29 semanas, no Hospital Infantil OHSU Doernbecher, em Portland (Oregon), em uma cesariana surpresa onde seu gêmeo idêntico não sobreviveu.

 

“Mas Augie conseguiu”, disse sua mãe Genevieve Giotta ao Yahoo Vida e Estilo. “Desde suas primeiras horas de vida eu vi que ela é uma pessoa batalhadora e lutadora.”

 

Emily era novata na UTI, mas ela decidiu se tornar a principal cuidadora de Augie, o que significaria que ela tomaria conta da criança toda vez que ela estivesse trabalhando. É uma forma de dar um suporte aos pais e à recém-nascida, durante uma fase turbulenta de suas vidas.

 

“Desde o momento que conheci a família, eu sabia que eles tinham algo de especial,” disse ela ao Yahoo.

 

Emily foi uma das quatro enfermeiras que trabalhou como principal cuidadora de Augie, mas Genevieve sentia uma conexão especial com Emily, principalmente quando visitava a filha tarde da noite.

 

“Eu tinha que conhecer a Emily porque a UTI à noite é um ambiente meio mágico e silencioso, onde todos esses bebês estão crescendo”, disse Giotta.

 

Emily Rosimo segurando August “Augie” Giotta, uma paciente que seria sua daminha. (Foto: Cortesia de Emily Rosimo)
 

Esse relacionamento fez uma diferença enorme na experiência dela. “Você não sabe quando seu bebê está chegando e você também não consegue ficar toda noite em um hospital com seu bebê. Então você confia nas enfermeiras e alguém especial aparece (como a Emily), onde você pode ficar despreocupada e dizer, ‘Ai meu Deus, é como se eu estivesse aqui, porque o coração dessa pessoa está com a minha filha.’”

 

Depois de 10 semanas no hospital, Augie foi liberada para ir para casa, mas não antes de Genevieve deixar claro para Emily que ela manteria contato. ”Jennie e eu conversamos todos os dias”, diz Emily. “Ela (Augie) sempre será o ‘nosso’ bebê. Ela me chama de mamãe da UTI. Elas me fizeram praticamente parte da família, algo que eu achei incrível.”

 

Então, ao planejar o seu casamento – que aconteceu em setembro – Emily perguntou se Genevieve poderia ser sua madrinha e se Augie seria sua daminha. Para garantir que Augie não se desviasse para outro caminho durante a cerimônia – como as crianças de 3 anos costumam fazer – as crianças mais velhas puxaram um carrinho com ela dentro. A mais nova das quatro meninas adorou a experiência.

 

“Augie ficou muito emocionada com isso”, disse sua mãe. “Foi a oportunidade que ela teve de ser o centro das atenções.”

 

Foto: Cortesia de Emily Rosimo
 
 

Quando Emily compartilhou uma foto dela e de sua daminha no site Reddit, outra enfermeira da UTI entrou no assunto para falar que também incluiu ex-pacientes em sua festa de casamento. Muitas famílias mantém o contato com as cuidadoras de seus bebês, mas esse nível de intimidade é algo atípico. Os pais geralmente nos atualizam e enviam fotos dos aniversários de seus filhos, ou postam nos grupos de Facebook, como o que o Hospital Infantil Doernbecher criou para a UTI.

 

Mas o vínculo especial entre elas – mesmo depois que a família Giotta se mudou de Oregon para a Califórnia – é algo que Emily queria compartilhar. “Eu sinto que as pessoas não entendem de fato o que as enfermeiras de uma UTI Neonatal fazem e quão desafiador e recompensador isso pode ser”, disse Emily, explicando a razão pela qual decidiu postar a foto no Reddit. “Não foram as melhores circunstâncias que nos reuniram ou nos tornou amigas, mas é isso. Achamos que essa é a nossa pequena e mágica história.”

 

Sabrina Rojas Weiss

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