Rui Car
24/12/2020 16h23

Entenda o significado de dez símbolos típicos do Natal

Árvore, Papai Noel, presépio e até panetone: o que significam e como surgiram esses símbolos do Natal?

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Antes de o Natal ser incorporado pela tradição cristã, já era costume entre os povos pagãos da Europa decorar árvores nessa época do ano (Foto: Unsplash)

Antes de o Natal ser incorporado pela tradição cristã, já era costume entre os povos pagãos da Europa decorar árvores nessa época do ano (Foto: Unsplash)

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Como surgiram e o que significam os símbolos típicos do Natal? A árvore, as bolas e a estrela que a enfeitam, o presépio montado ao lado, o peru e o panetone na hora da ceia, a guirlanda de flores pendurada na porta, os sinos… E o Papai Noel, é claro! Associamos tudo isso com uma das festas mais celebradas do ano, mas nem sempre paramos para pensar no significado por trás desses objetos e tradições.

 

Confira abaixo algumas curiosidades sobre dez símbolos típicos do Natal:

 

Árvore

 

Antes de o Natal ser incorporado pela tradição cristã, já era costume entre os povos pagãos da Europa decorar árvores nessa época do ano: apesar de os países europeus estarem no auge do frio em dezembro, a celebração no solstício de inverno representava justamente a esperança no retorno da luz e do calor. A árvore escolhida era tradicionalmente um pinheiro, espécie que consegue manter suas folhas mesmo em meses de muito frio – costume mantido até hoje. Originalmente, a decoração era feita com elementos naturais, como frutos, pinhas e flores.

 

Uma curiosidade: reza a lenda que o hábito de colocar os presentes embaixo da árvore surgiu com a Rainha Elizabeth I da Inglaterra (1533-1603) – sem conseguir receber pessoalmente todos os presentes, a soberana ordenou que tudo o que chegasse fosse colocado sob uma grande árvore nos jardins.

 

Bolas

 

Como já comentamos, inicialmente as árvores decoradas para o Natal (ou o inverno) eram enfeitadas com elementos naturais – assim, as bolas de Natal modernas representam os antigos frutos usados na decoração. O mito em torno da tradição conta que, na Alemanha, em um inverno particularmente rigoroso, não havia frutos sobrando para enfeitar as árvores; e, por isso, um artesão criou frutos de vidro para subtituí-los – iniciando o costume de usar itens artesanais no lugar dos naturais.

 

As bolas de Natal moderna representam os antigos frutos usados na decoração das árvores

As bolas de Natal moderna representam os antigos frutos usados na decoração das árvores (Foto: Unsplash)

Papai Noel

 

Há muitas histórias a respeito da origem da lenda e da imagem do Papai Noel. A mais conhecida delas diz respeito ao bispo São Nicolau Taumaturgo, que viveu no século IV, na Turquia, e é o santo padroeiro de países como Rússia, Noruega e Grécia. Segundo as histórias, Nicolau tinha o costume de sair às ruas com um saco de moedas, que jogava pelas janelas e chaminés das casas das famílias mais necessitadas.

 

Já a imagem moderna do Papai Noel, com roupa vermelha e branca, foi criada em 1886, pelo cartunista alemão Thomas Nast – e popularizada quando uma campanha da Coca-Cola incorporou as artes de Nast, em 1931.

 

Presépio

 

O presépio, é claro, é uma representação do cenário em que Jesus nasceu – com figuras mostrando o Menino Jesus, seus pais Maria e José, os animais do estábulo, os três reis (Baltazar, Gaspar e Melchior) que foram homenagear Jesus em seu nascimento, a Estrela de Belém (que indicou o caminho que os reis deveriam seguir) e o anjo (que anuncia o nascimento ao mundo).

 

São Francisco de Assis teria sido o primeiro a montar um presépio, em 1223, na Itália, com o objetivo de mostrar aos fiéis como teria sido o nascimento de Jesus. De início, o cenário era montado apenas nas igrejas.

 

Estrela

 

A estrela de Natal teoricamente foi aquela que indicou aos três reis onde o Menino Jesus estava: como Jesus nasceu em Belém, ela também é conhecida como Estrela de Belém; e tradicionalmente é usada na decoração do presépio ou no topo da árvore de Natal.

 

Hoje a ciência supõe que o que foi visto no céu naquela noite foi um alinhamento entre os planetas Júpiter e Saturno – um fenômeno astronômico raro que forma um ponto brilhante de luz, e que é chamado, por causa da narrativa bíblica, de “Estrela de Belém”. Neste mês de dezembro, após centenas de anos, o fênomeno poderá ser novamente observado, entre os dias 21 e 25 de dezembro.

 

Sino

 

Os sinos estão entre os símbolos natalinos por representarem um chamado: sinos tradicionalmente são usados para avisar as pessoas para se reunirem para um acontecimento ou prestarem atenção a um anúncio importante que será feito em seguida – ou seja, simbolicamente, representam o anúncio do nascimento de Jesus.

 

Os sinos estão entre os símbolos natalinos por representarem um chamado

Os sinos estão entre os símbolos natalinos por representarem um chamado (Foto: Unsplash)

Anjo

 

O anjo Gabriel é um personagem importante na história do nascimento de Jesus, sendo inclusive representado no presépio: foi ele quem anunciou à Maria que ela daria à luz o filho de Deus. Além disso, os anjos, simbolicamente, também anunciam ao povo o nascimento de Jesus. A figura do anjo, assim como a estrela, é um enfeite tradicional para o topo da árvore de Natal.

 

Guirlandas e coroas de folhas e flores

 

Guirlandas de folhas e flores são uma tradição desde a Antiguidade, e são um sinal de boas-vindas – ou seja, representam a alegria de receber quem nos visita para as festas. Não à toa, o costume é pendurá-las na porta de entrada da casa. Em algumas culturas, a guirlanda também remete a quando o povo judeu marcou as portas de suas casas para evitar o castigo divino que recaiu sobre o povo egípcio: pendurar a guirlanda na porta seria uma maneira de atestar que os moradores daquela casa são cristãos e estão protegidos por Deus.

 

Na tradição cristã, existe ainda a Coroa do Advento, uma espécie de guirlanda onde são colocadas quatro velas: uma para semana que antecede o Natal. As velas são todas vermelhas ou têm cores diferentes entre si, e neste caso são acesas na seguinte ordem: verde, vermelha, roxa e branca. A Coroa do Advento é usada principalmente em igrejas desde o final do século XIX.

 

Guirlandas de folhas e flores são uma tradição desde a Antiguidade, e são um sinal de boas-vindas

Guirlandas de folhas e flores são uma tradição desde a Antiguidade, e são um sinal de boas-vindas (Foto: Unsplash)

Peru

 

A tradição de servir peru na ceia natalina foi “emprestada” de outro feriado: o Dia de Ação de Graças norte-americano, que chega a ser conhecido como “Turkey Day” (ou o “dia do peru”) – cerca de 50 milhões de aves são consumidas nos Estados Unidos na data. O Dia de Ação de Graças, ou Thanksgiving Day, surgiu em 1621, e se tornou um dos feriados norte-americanos mais importantes.

 

Panetone

 

Um ajudante de cozinheiro do duque Ludovico Sforza, na Milão do século XV, seria o inventor do panetone: chamado Toni, o rapaz improvisou um pão doce para servir em um banquete oferecido pelo duque em uma festa de Natal ao deixar os biscoitos originalmente planejados queimarem no forno. Com o sucesso, a receita passou a ser conhecida como “pão de Toni”, o que teria dado origem ao nome da iguaria.

 

Você certamente já ouviu essa história, né? Mas ela não passa de folclore: o panetone certamente nasceu na Itália, mas é uma receita de tradição coletiva, sendo difícil determinar com precisão sua data e local de nascimento. Um dos primeiros registros da existência do pão foi feito em 1470 por um homem chamado Giorgio Valagussa – o documento está preservado na Biblioteca Ambrosiana de Milão.

 

Já a produção industrial do panetone começou em 1919, quando o padeiro italiano Angelo Motta adicionou levedura à receita original e embrulhou a massa em um papel manteiga especial. Outro padeiro, Gioacchino Alemagna, adaptou a receita de Motta em 1925 – e a competição entre os dois padeiros foi responsável por boa parte da popularização do alimento pelo mundo.


POR: MARINA MARTINI LOPES / HORA DE SANTA CATARINA – NSC

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