Rui Car
19/12/2017 11h37 - Atualizado em 19/12/2017 09h24

Essa mulher pode farejar a doença de Parkinson

Segundo Milne, o mal de Parkinson tem um cheiro muito denso e almiscarado

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Joy Milne, uma enfermeira aposentada, tem um senso de olfato extraordinário. No entanto, vai além de simplesmente ter um nariz muito sensível.

 

Milne tem a capacidade de detectar a doença de Parkinson anos antes do diagnóstico de um médico.

 

Conforme descrito pela própria Milne: “Pertenço a um minúsculo ramo da população que se encontra entre o cachorro e o ser humano”.

 

Ela descobriu seu dom especial pela primeira vez quando seu marido, Les, começou a exalar um odor estranho.

 

A princípio, Milne atribuiu o cheiro à má higiene da parte de seu marido, mas tudo mudou quando o casal participou de uma reunião sobre Parkinson.

 

Ela então percebeu que seu marido possuía o mesmo cheiro que as outras pessoas na sala.

 

10 anos depois, Les foi diagnosticado com doença de Parkinson.

 

“Eu percebi o cheiro 10 a 12 anos antes de Les ser diagnosticado”, explica Milne. “À medida que o Parkinson piorou, o cheiro piorou”.

 

“Passou a fazer parte dele, mas eu, com o meu olfato sensível, podia sentir o cheiro o tempo todo, e isso se tornou realmente bastante desconfortável, mas tive o bom senso de não demonstrar muito”.

 

Segundo Milne, o mal de Parkinson tem um cheiro muito denso e almiscarado.

 

(BBC)
(BBC)
 

Infelizmente, Les morreu aos 65 anos, 20 anos após seu diagnóstico oficial de Parkinson.

 

Milne agora está trabalhando com cientistas para criar um teste que pode detectar o Parkinson num estágio muito inicial da doença.

 

A professora Perdita Barran, da Universidade de Manchester, ilustrou como eles estão testando o olfato de Milne.

 

“Este experimento é para ver se Joy pode distinguir os cheiros do Parkinson nas amostras que tomamos dos pacientes após separados e, se ela os perceber, então saberemos imediatamente qual é a molécula”.

 

(BBC)
(BBC)
 

Até o momento, os testes de Milne têm produzido resultados muito promissores em laboratório.

 

Ela está se sentindo muito otimista com relação ao que o futuro deve reservar na luta contra a doença de Parkinson.

 

“Se conseguirmos acertar no teste, nunca chegaremos àquele estágio, porque nessa fase do diagnóstico, 60 a 70 por cento do dano neural já está causado”, diz ela.

 

A cada hora, no Reino Unido, uma pessoa recebe o diagnóstico da doença de Parkinson, como afirma o Parkinson’s UK.

 

Isso equivale a aproximadamente 127.000 pessoas no Reino Unido, e uma em cada 500 pessoas no mundo.

 

Não há, atualmente, cura para a doença. No entanto, há esperança de que avanços possam ser feitos no futuro.

 

 

Sabrina Barr

The Independent

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