Rui Car
25/06/2019 14h14

Estudo associa enfarte à falta de perdão

Espiritualidade também está relacionada ao problema cardíaco que mata cerca de 300 mil brasileiros por ano

Assistência Familiar Alto Vale
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Durante o 40º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) foi apresentado um estudo que associa a falta de perdão ao enfarte elaborado pela psicanalista Suzana Avezum.

 

Para chegar à esta conclusão, a pesquisadora estudou 130 pacientes (65 que enfartaram e 65 que não enfartaram) que responderam dois questionários, um para avaliar a disposição para o perdão e outro sobre espiritualidade e religiosidade.

 

“Encontrei mais ocorrência de enfarte entre aqueles que têm dificuldade do perdão”, afirma a pesquisadora, que também avaliou os efeitos da espiritualidade nessa questão.

 

“O estudo mostrou que, entre quem enfartou, 31% afirmaram ter tido perda significativa da fé. Entre quem não teve, o índice foi de 9%”, disse a pesquisadora.

 

Entre os pacientes que enfartaram, 65% afirmaram que não estavam dispostos a perdoar. O índice foi de 35% no outro de pessoas que não tiveram o problema.

 

Em outra questão, 54% dos que tiveram um enfarte disseram que perdoariam. E 72% entre quem não enfartou se mostram dispostos a perdoar.

 

O cardiologista e coordenador do Programa de Enfarte Agudo do Miocárdio do Hospital do Coração (HCor), Leopoldo Piegas, confirmou que há relação entre questões emocionais e doenças cardiovasculares.

 

O profissional também informou ao jornal O Estado de São Paulo que nos últimos anos muitos estudos estão tentando entender a relação entre a espiritualidade e essas doenças.

 

“Na última década, tem crescido a questão da relação entre espiritualidade e doenças do coração. Quase todos os congressos de cardiologia têm sessões especiais sobre o tema que enchem as salas. As pessoas mais tranquilas, sossegadas e, aí vai a questão da religiosidade, têm uma tendência menor de ter esse tipo de doença”, diz ele.

 

Quem concorda com esses dados é o cardiologista e diretor de Comunicação da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, José Luís Aziz, que declarou: “Vários trabalhos mostraram que pessoas que perdoam têm menos chance de ter enfarte e, quando têm, é mais leve.”

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