Rui Car
30/04/2018 08h52

Estudo conclui que pessoas apaixonadas por doces e carboidratos têm menos gordura corporal

Gene também reduz a gordura corporal

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Um gene que faz as pessoas terem uma vontade intensa de comer carboidratos e alimentos açucarados também é capaz de diminuir a gordura corporal, de acordo com um novo estudo.

 

Você já se perguntou por que uma das suas amigas parece comer tudo que quer e não ganha um único quilo a mais, enquanto basta você olhar para um carboidrato e já começa a engordar?

 

Sua amiga pode ter sido abençoada com uma versão do gene FGF21, que significa que, apesar de ter uma preferência por dietas ricas em carboidratos, ela não engorda.

 

Os cientistas sabem, desde 2013, que uma versão do gene FGF21 faz com que as pessoas consumam mais carboidratos.

 

No entanto, este novo estudo, publicado na revista científica Cell Reports, revelou que, apesar dos efeitos conhecidos de uma dieta rica em carboidratos, esta variedade de gene é capaz de reduzir o acúmulo de gordura no corpo.

 

Parece justo, não? Pesquisadores da Universidade de Exeter, na Inglaterra, disseram que as descobertas vão contra a percepção de que consumir açúcar faz mal à saúde.

 

Comentando as conclusões, o professor Timothy Frayling, geneticista molecular, disse: “Nós ficamos surpresos ao descobrir que a versão do gene associada a um maior consumo de açúcar está relacionada a um índice menor de gordura corporal”.

 

“Isso vai contra a percepção atual de que comer açúcar é prejudicial à saúde”.

 

“Ele pode reduzir a gordura do corpo porque o mesmo alelo também resulta num consumo menor de proteínas e gorduras na dieta”.

 

Apesar disso, nem todas as notícias são boas para as pessoas que carregam este tipo de gene.

 

“Embora esta versão do gene reduza a gordura corporal, ela também redistribui esta gordura para a parte superior do corpo, local onde pode causar mais problemas para a saúde, incluindo uma pressão arterial mais alta,” alerta o geneticista.

 

No entanto, o professor Frayling afirma que as pessoas que têm esta versão do gene não precisam entrar em pânico, já que o efeito observado nos indivíduos analisados foi pequeno, aumentando a pressão arterial em menos de um terço de milímetro, na escala de pressão sanguínea.

 

De acordo com uma pesquisa anterior, cerca de um em cada cinco europeus tem a “versão A” do gene FGF21.

 

Esta seção do DNA é responsável por um hormônio específico, uma molécula sinalizadora, que age suprimindo ou despertando os desejos alimentares, e regulando o metabolismo dos açúcares e seu armazenamento como gordura.

 

Você é apaixonado por carboidratos? [Foto: Getty]
 

Para avaliar os efeitos de diferentes tipos do FGF21, a equipe de pesquisadores da Universidade de Exeter usou como base o UK Biobank, um banco de dados de mais de 500 mil pessoas no Reino Unido, incluindo amostras de sangue, urina e saliva, além de informações sobre o estilo de vida de cada um.

 

A pesquisa incluiu 450 mil pessoas, sendo que 175 mil delas preencheram um questionário informando com que frequência consumiam diferentes alimentos.

 

“Como este estudo contou com a participação de muitas pessoas, ele nos ofereceu informações suficientes para que tivéssemos confiança nas associações que estávamos vendo,” disse Niels Grarup, professor da Universidade de Copenhagen e um dos autores do estudo.

 

Os autores afirmam que estudar diferentes variantes do FGF21 é importante, pois pode ajudar a revelar alguns dos aspectos genéticos e biológicos da obesidade.

 

Na semana passada o governo britânico introduziu o Sugar Tax, um imposto sobre o açúcar, numa iniciativa para tentar combater o problema.

 

A ideia é taxar empresas fabricantes de bebidas segundo a quantidade de açúcar presente em seus produtos. O objetivo é encarecer as bebidas muito açucaradas, reduzindo assim o seu consumo, o que irá contribuir para amenizar o impacto da obesidade no Sistema Nacional de Saúde britânico.

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