Rui Car
11/04/2017 11h37 - Atualizado em 11/04/2017 08h26

Estudo indica que estar acima do peso pode reduzir expectativa de vida

Cerca de 63% dos adultos do Reino Unido estão acima do peso ou são obesos

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A obesidade já foi chamada de “o novo cigarro” em termos de seu custo para o sistema de saúde, mas agora cientistas afirmam que estar moderadamente acima do peso também pode reduzir a expectativa de vida.

 

Pesquisas anteriores haviam sugerido que ter um índice de massa corporal (IMC) mais alto do que o patamar considerado saudável, mas não acima do ponto a partir do qual o indivíduo é considerado obeso, poderia contribuir para uma vida mais longa.

 

Um estudo realizado por pesquisadores dinamarqueses com mais de 100 mil adultos descobriu que as pessoas com a maior expectativa de vida tinham um IMC na categoria de “sobrepeso”, e não na categoria “saudável”, como era esperado.

 

No entanto, uma nova pesquisa publicada na revista científica Annals of Internal Medicine (Anais da Medicina Interna) colocou em cheque esta noção, ao encontrar uma associação entre um IMC na categoria de “sobrepeso” e um índice de mortalidade mais alto.

 

Andrew Stokes, líder do estudo e professor assistente de saúde global na Universidade de Boston, nos Estados Unidos, diz que pessoas com um histórico de sobrepeso apresentaram um risco de morte 6% maior.

 

Ele classificou o aumento como “modesto”, mas disse à NPR que as descobertas eram “extremamente preocupantes” por causa do número de pessoas acima do peso nos Estados Unidos.

 

O Dr. Stokes disse ao repórter que o estudo confirmou que “estar acima do peso não traz nenhum benefício em relação ao risco de morte, e indicou que, na verdade, o sobrepeso está associado a um índice de mortalidade mais alto”.

 

De acordo com a Public Health England, cerca de 63% dos adultos do Reino Unido sofrem de sobrepeso ou de obesidade.

 

Embora o percentual de adultos acima do peso não tenha aumentado significativamente no país entre 1993 e 2015, mantendo-se entre 36% e 39%, os índices de obesidade dispararam de 14% para 27% no mesmo período.

 

O estudo dinamarquês observou os pesos em um momento da vida, o que pode ter feito com que pessoas que estavam acima do peso anteriormente, mas haviam emagrecido por causa de doenças fatais, fossem contabilizadas na categoria de “peso saudável”, conforme disse o Dr. Stokes, segundo o USA Today.

 

O Dr. Stokes e sua equipe tentaram contornar este problema analisando o IMC máximo atingido por 225 mil adultos com mais de 50 anos, em um período de 16 anos.

 

A obesidade foi associada ao aumento dos índices de mortalidade devido a condições de saúde incluindo doenças cardíacas, câncer e doenças pulmonares.

 

Em uma conferência de saúde em 2014, o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra, Simon Stevens, disse: “A obesidade é o novo cigarro, e representa um acidente automobilístico em câmera lenta em termos de doenças evitáveis e aumentos no custo do sistema de saúde”.

 

“Se nós, como nação, continuarmos a ganhar peso na região abdominal, também teremos que lidar com impostos futuros cada vez maiores, necessários para manter o sistema de saúde funcionando”.

 

 

The Independent

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