Rui Car
14/03/2017 09h11

Facebook impede empresas de usar seus dados para vigilância

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Uma nova política de privacidade adotada pelo Facebook impede empresas de usar informações divulgadas na rede social para fins de vigilância.

 

A medida, também válida para o Instagram, interrompe o trabalho de desenvolvedores que criam ferramentas usando informações postadas nos sites para rastrear e monitorar usuários. Segundo o diretor de privacidade do Facebook, Rob Sherman, as companhias não podem “usar dados obtidos de nós para fornecer ferramentas que sejam usadas para vigilância”.

 

A norma foi criada após o Facebook descobrir que várias empresas usam suas informações publicamente disponíveis de forma “indesejada” para rastrear seus bilhões de usuários.

 

— Nos últimos meses, executamos medidas contra desenvolvedores que criaram e comercializaram ferramentas destinadas à vigilância, que são uma violação de nossas políticas existentes — disse Sherman.

 

Com as mudanças, as empresas não serão mais capazes de fazer ferramentas que rastreiam protestos, reúnam nomes ou realizem outras atividades de monitoramento no Facebook e Instagram. A atualização ocorre depois de discussões com uma série de organizações de dreitos civis manifestarem sua preocupação com a privacidade na rede social.

 

— Agora, mais do que nunca, queremos ter certeza de que ninguém usará estas plataformas para mirar contra ativistas — revela Nicole Ozer, diretora de tecnologia e liberdades civis da União Americana pelas Liberdades Civis da Califórnia.

 

Embora as mudanças sejam bem-vindas, algumas pessoas consideram que mais salvaguardas são necessárias.

 

— Nós aplaudimos este primeiro passo do Facebook — disse Malkia Cyril, diretora executiva do Centro para Justiça na Mídia. — Quando as empresas de tecnologia permitem que suas plataformas e dispositivos sejam usados para conduzir a vigilância em massa de ativistas e outras comunidades visadas, isso leva à discordância democrática. Mas ainda há mais o que fazer para proteger comunidades de espionagem, censura e assédio.

 

O Facebook tem 3,5 bilhões de usuários no mundo, sendo que 1,9 bilhão acessam o site ao menos uma vez por mês, enquanto 1,2 bilhão fazem login diariamente.

 

 

O Globo

Justen Celulares