Rui Car
16/03/2018 09h50 - Atualizado em 16/03/2018 09h52

Falar com o cachorro com voz de criança pode melhorar a relação com o dono

Pesquisa mostra que cães tendem a dar mais atenção às pessoas que se expressam de forma afetuosa

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Verdade seja dita. Quando a gente vê um cachorro fofo nosso ímpeto é o de falar com ele com se ele e nós fossemos bebês. Independentemente da idade e do nível de maturidade esses bichinhos provocam essa reação em nós.

 

Se você se sentia constrangido por ter esse costume, saiba que uma nova pesquisa realizada pela Universidade de Nova York pode te tranquilizar. De acordo com o estudo, falar com voz emotiva e exagerada pode melhorar o vínculo com seus animais de estimação.

 

De acordo com os pesquisadores, o uso da voz emotiva pode fazer com que os cães passem mais tempo com seus donos e também prestem mais atenção às instruções.

 

A pesquisadora Katie Slocombe do Departamento de Psicologia da Universidade de Nova York disse que na interação entre adultos e crianças um discurso dirigido à infância ajuda na aquisição da linguagem e melhora a forma como o bebê se conecta com o adulto. Ela conta que essa forma de fala também ajuda a criar conexão entre os humanos e seus pets.

 

Para a realização da pesquisa, os cientistas fizeram diferentes testes com 30 cães adultos, onde eles ouviram pessoas dizendo frases como ?você é um bom cachorro? e “vamos dar uma volta”. E depois esses cães ouviram pessoas usando um discurso direcionado a adultos sem conteúdo relacionado ao cão, como ?Eu fui ao cinema ontem a noite?.

 

A atenção dos cachorros foi medida durante o discurso e, após o discurso, os cães foram autorizados a escolher o orador com o qual eles gostariam de interagir fisicamente.

 

Em seguida os pesquisadores misturaram os dois tipos de discursos e colocaram os cães para ouvir. O intuito era descobrir se o tom emocional captava de forma mais efetiva atenção dos cães. Os cientistas descobriram que os cães se sentiam inclinados a passarem mais tempo com os adultos que interagiram com eles com voz de criança.

 

Os pesquisadores acreditam que com essa descoberta pode ser possível que os donos dos pets interajam com eles de forma mais afetuosa, assim como os profissionais de saúde que trabalham com pets.

 

Tratar bicho como gente pode fazer mal

Ter uma relação afetuosa por meio da fala com o pet pode ser algo positivo. No entanto, é necessário saber que ele é um animal.

 

Quem chama atenção é a psicóloga Cecília Zylberstajn, que afirma que ter animais virou um grito de socorro contra a solidão. Sendo assim, segundo ela, tratar um bicho como gente pode fazer muito mal aos pets e aos donos. “Animais precisam ser tratados como animais, com respeito, carinho e amor. Eles precisam de exercício, disciplina e cuidados, não de roupas caras, manicure, joias e acessórios. Estas são necessidades do dono, não do animal”.

 

Muitos donos transferem suas necessidades aos animais. “Eles criam em seus bichos uma espécie de alter-ego, ou seja, uma segunda personalidade. Falam dos bichos de estimação como se fossem delas mesmas”, explica a psicóloga. Ou seja, fica estabelecida uma relação nada saudável. Por isso, é preciso aprender a resistir à tentação de tratá-los como filhos.

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