Rui Car
01/10/2018 09h19

Homens com beleza ‘média’ são os que fazem mais sucesso nos aplicativos de paquera

Os homens se saem melhor quando incluem mais fotos em seu perfil

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Há uma imagem muito familiar que as mulheres heterossexuais usuárias de aplicativos de paquera costumam encontrar: selfies tiradas em espelhos por homens com o típico estereótipo de beleza atual, exibindo com orgulho seus abdomens perfeitamente esculpidos. Apesar disso, novas descobertas sugerem que eles não precisariam se preocupar tanto – uma beleza “média” pode ter melhores resultados na jornada online em busca do amor.

 

Na maior pesquisa do tipo já realizada sobre o assunto, o Instituto de Internet da Universidade de Oxford analisou 150 mil perfis heterossexuais em sites e aplicativos de namoro, juntamente com uma década de dados de comunicação do site de relacionamentos eHarmony, e descobriu que os homens com uma aparência “mediana” recebem mais mensagens das mulheres.

 

As mulheres heterossexuais têm uma probabilidade maior de entrar em contato com homens que classificam sua atratividade com uma nota 5/10 do que com homens que acreditam que merecem uma nota 10, já que os primeiros são percebidos como mais fiéis e confiáveis. Por outro lado, o estudo ‘Computational Courtship: Understanding the Evolution of Online Dating through Large-scale Data Analysis,’ descobriu que os homens não costumam ter o mesmo comportamento, e que, para eles, a aparência é mais importante. É mais provável que eles entrem em contato com mulheres que avaliam sua própria atratividade com uma nota entre 8-9 de 10.

 

Um dos pesquisadores envolvidos no estudo, Taha Yasseri, professor de ciência social computacional no Instituto de Internet da Universidade de Oxford, explicou os resultados: as pessoas podem pensar que têm poucas chances ao enviar mensagens para alguém que consideram muito atraente por não terem autoconfiança, então preferem se comunicar com quem tem uma boa aparência, mas não a ponto de ser intimidante.

 

Isso “tem a ver com a autoestima da pessoa que está vendo o perfil,” ele disse. “Ela talvez pense que não é tão atraente, e que pode ter problemas ao se aproximar de alguém que é muito melhor do que ela, e ficar preocupada com a fidelidade do parceiro”.

 

Outra descoberta do estudo também foi desanimadora, especialmente considerando o crescimento de aplicativos de paquera como o Bumble (e agora o Tinder) que só permitem que as mulheres iniciem a conversa. Os papéis e expectativas tradicionais de gênero ainda dominam o mundo dos relacionamentos, e os homens ainda têm uma probabilidade 30% maior de dar o primeiro passo – um índice que aumentou de 6% em 2008 para 30% em 2018. De forma ainda mais desmotivante, quando as mulheres reúnem a coragem de dar o primeiro passo, elas recebem 15% menos respostas do que os homens.

 

Um ponto positivo é a sugestão de que as pessoas solteiras heterossexuais parecem ter se tornado “mais tolerantes” e abertas com o passar do tempo. Homens e mulheres estão dando uma importância menor à renda e ao nível de escolaridade dos possíveis parceiros em comparação com o que era observado no passado.

 

O estudo também analisou variáveis que preveem o “sucesso” da paquera online, ou seja, o número de mensagens recebidas. Para as mulheres, é mais importante mostrar um perfil atlético para aumentar as chances de marcar um encontro com alguém. Apresentar-se como romântica ou altruísta também é uma boa forma de aumentar suas chances, mas sugerir que você é ansiosa ou inteligente (sim, mesmo com todas as conquistas do feminismo) pode atrapalhar.

 

Por outro lado, os homens se saem melhor quando incluem mais fotos em seu perfil, e o fato de parecerem atléticos, agradáveis e altruístas, também ajuda em suas tentativas de encontrar o amor.

 

Natalie Gil

Refinery 29 UK

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