Rui Car
10/08/2018 15h00 - Atualizado em 10/08/2018 15h03

Jovens estão buscando cirurgias plásticas para ficarem iguais aos filtros de suas selfies

Pacientes não levam mais imagens de celebridades nos consultórios como referência

Assistência Familiar Alto Vale
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No mundo moderno, é impossível que os jovens não usem filtros nas redes sociais para alcançar a selfie perfeita. A busca pela foto ideal está mexendo descontroladamente com a autoestima dos adolescentes e muitos estão buscando cirurgias plásticas para ficar iguais às suas fotos.

 

Não são só as orelhinhas de cachorro ou chifres de unicórnio que fazem sucesso e mídias como Instagram e Snapchat possuem filtros que mudam a aparência do usuário. Pele mais macia, rosto mais fino e mudança da cor dos olhos estão entre alguns deles e muitos consultórios estão recebendo vasta procura por cirurgias desse tipo.

 

“Um novo fenômeno chamado ‘disformia do Snapchat’ surgiu, onde os pacientes buscam cirurgias para se pareceram como ficam em suas versões com filtros”, diz Neelam Vashi, diretor da Boston University Cosmetic and Laser Centre.

 

De acordo com cirurgiões plásticos e pesquisadores, pacientes não levam mais imagens de celebridades nos consultórios como referência para uma plástica, mas sim fotos de si mesmos editadas nas redes sociais.

 

Ainda de acordo com Neelam, a vontade é de alcançar a versão perfeita de si próprio, pois as imagens editadas garantem diversas curtidas e mais seguidores. Entre os procedimentos mais procurados estão contorno de bochecha, endireitar ou reduzir o tamanho do nariz e afinar o rosto.

 

Os especialistas afirmam que essa obsessão pode resultar em problemas graves de autoestima, como transtorno dismórfico corporal, condição definida pelo cirurgião plástico Tijion Esho como disformia do Snapchat.

 

Esse quadro é caracterizado pela preocupação excessiva com alguma falha na aparência, levando os pacientes a tomarem medidas extremas para esconder ou mudar suas imperfeições. Dados apontam que uma em cada 50 pessoas sofre desse mal e os números tendem a crescer ainda mais entre jovens.

 

“Selfies com filtro podem ter um efeito prejudicial em adolescentes ou naqueles que possuem transtorno dismórfico corporal, porque esses grupos tendem a internalizar de forma mais intensa essa beleza. Isso pode fazer essas pessoas perderem o contato com a realidade, criando uma ilusão de que devemos parecer perfeitos o tempo todo”, completa Neelam.

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