Rui Car
28/02/2019 10h45 - Atualizado em 28/02/2019 08h53

Mães dormem 45 minutos a menos que os pais nos três primeiros meses do filho

Como combater a privação de sono dos pais nos primeiros anos das crianças?

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Poucas coisas perturbam tanto o sono de alguém quanto um bebê recém-nascido, e um novo estudo afirma que os efeitos podem durar até seis anos, com as mães sofrendo três vezes mais do que os pais nos primeiros três meses após o nascimento.

 

De acordo com o estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Warwick, nos primeiros meses de um recém-nascido as mães dormem em média uma hora a menos do que dormiam antes, enquanto os pais perdem aproximadamente 15 minutos de sono.

 

Estas disparidades persistem por até seis anos, com ambos os pais sofrendo de privação de sono, mas os pais dormem uns cinco minutos a mais do que as mães.

 

A pesquisa, intitulada “Long-term effects of pregnancy and childbirth on sleep satisfaction and duration of first-time and experienced mothers and fathers” (Efeitos de longo prazo da gestação e do parto na satisfação e duração do sono de pais e mães experientes e de primeira viagem, em tradução livre), analisou a qualidade do sono de 4.659 pais que tiveram filhos entre 2008 e 2015, na Alemanha.

 

A duração e satisfação do sono foram medidas por meio de entrevistas presenciais, realizadas anualmente, durante os sete anos do estudo.

 

Os pais foram convidados a avaliar a qualidade de seu sono em uma escala de 0 a 10, e comparar o quanto dormiam numa típica noite durante a semana e numa noite de fim de semana.

 

Os pesquisadores descobriram que as mulheres relataram uma queda média de 1,7 ponto na satisfação do sono no primeiro ano após o nascimento de seu primeiro bebê.

 

O estudo, realizado em colaboração com o Instituto Alemão de Pesquisa Econômica e a Universidade da Virgínia Ocidental e publicado na revista científica Sleep, também indica que a perturbação do sono foi mais presente em pais e mães de primeira viagem do que naqueles que já tinham filhos.

 

“As mulheres tendem a ter experimentar mais distúrbios do sono do que os homens após o nascimento de um filho, o que mostra que elas ainda assumem o papel de cuidadoras primárias com mais frequência do que os homens,” comentou o Dr. Sakari Lemola, professor de psicologia da Universidade de Warwick.

 

“Na nossa sociedade, ainda é mais comum que a mãe se levante à noite quando as crianças estão chorando,” disse ele ao The Independent.

 

“Certamente há casais em que o oposto acontece, mas são claramente a minoria”.

 

E a razão pela qual o sono dos pais costuma ser negativamente afetado por até seis anos após o nascimento do primeiro filho, o Dr. Lemola diz que a explicação está no “aumento das demandas e responsabilidades associadas ao papel de pais”.

 

Como combater a privação de sono dos pais nos primeiros anos das crianças? A Associação Nacional do Sono aconselha que os pais aproveitem ao máximo os momentos de silêncio, como durante a soneca dos filhos, para dormir um pouco.

 

“Até um cochilo de 20-30 minutos pode fazer você se sentir mais alerta e feliz,” diz o site da organização.

 

Eles também sugerem dividir as tarefas da noite entre os dois pais, para que apenas um fique acordado com o bebê enquanto o outro descansa.

 

 

Olivia Petter

The Independent

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