Rui Car
08/03/2018 09h04

Metade das mães que sofrem de depressão pós-parto mantêm o problema em segredo

Chegou a hora de acabar com o estigma que envolve a saúde mental materna

Assistência Familiar Alto Vale
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Metade das mães que enfrentam depressão pós-parto e outras questões de saúde mental materna, não compartilham com seus amigos e familiares, de acordo com uma nova pesquisa.

 

A pesquisa, conduzida pelo site Netmums, também revelou que apenas 1 em cada 3 mães busca ajuda profissional para lidar com problemas de saúde mental que tenham surgido após dar à luz.

 

De acordo com a pesquisa, há diversas razões pelas quais as mães mantêm estas questões em segredo. Pouco mais de um quarto delas (26%) não buscaram ajuda por medo do julgamento dos outros, enquanto pouco menos de um quinto das entrevistadas (18%) tiveram medo de perder a guarda temporária do bebê.

 

E quando elas acabam buscando ajuda profissional, 1 em cada 10 afirmou ter se sentido rejeitada ou ignorada, o que fez com que muitas tentassem simplesmente “lidar com aquilo sozinhas”.

 

No que diz respeito às razões pelas quais as mulheres escondem essas suas preocupações de seus parceiros e familiares, um dos primeiros motivos foi a vergonha, um fator-chave para tal comportamento, sendo que um terço das mães (30%) admitiu o medo do julgamento alheio, e um quarto delas afirmou não sentir confiança suficiente para contar a alguém o que estava acontecendo.

 

Outras razões pelas quais as mães não compartilham com amigos e familiares as dificuldades que enfrentaram no pós parto, incluem o sentimento de se acharem uma pessoa ruim, a crença de que ninguém iria entender o que estavam passando, e a vergonha.

 

Metade das mães que sofrem de depressão pós-parto a escondem de seus amigos e familiares [Foto: Getty]
 

Quase três quartos (73%) das mães disseram ter sentido desânimo após o nascimento de seus filhos, e para mais da metade (56%) esta sensação durou mais do que seis semanas.

 

Metade das mães entrevistadas havia enfrentado depressão pós-parto ou ansiedade pós-parto, e 29% desenvolveram um transtorno de estresse pós-traumático após um parto traumático.

 

Pouco mais de um quarto (26%) das mães consideraram que seus problemas dificultaram a criação de vínculos com seus bebês.

 

Incríveis 81% afirmaram que, em geral, não há conscientização suficiente sobre a gravidade dos problemas de saúde mental materna enfrentados pelas novas mamães.

 

Falando sobre os resultados, Anne-Marie O’Leary, editora-chefe do Netmums, disse: “É chocante, desolador e alarmante que tantas mães sintam que devem sofrer os graves efeitos dos problemas de saúde mental materna em silêncio, sem o apoio da família, de amigos ou de profissionais de saúde”.

 

“O Netmums oferece uma plataforma para que os usuários compartilhem as alegrias de ser pais, mas também funciona como uma rede de apoio quando é preciso enfrentar os momentos mais difíceis de nossas vidas”.

 

Após a realização da pesquisa, o Netmums tem como objetivo acabar com o estigma que envolve a saúde mental materna.

 

Para marcar uma década de seu Serviço de Apoio aos Pais e com o apoio da Maternal Mental Health Alliance, o site está lançando um novo Manifesto #MumsMatter como parte da Semana de Apoio aos Pais.

 

Netmums não apenas lançará uma série de clínicas especiais lideradas por funcionários treinados em serviços sociais, todas as noites, mas também vai incentivar as novas mães a usar a hashtag #MumsMatter para compartilhar seus momentos de atenção e carinho consigo mesmas no período até o Dia das Mães.

 

Metade de todas as mães participantes da pesquisa sofreram de depressão pós-parto [Foto: Getty]
 
 

Falando sobre a colaboração, o Dr. Alain Gregoire, da Maternal Mental Health Alliance, disse: “É terrível que tão poucas mães se sintam aptas a buscar ajuda profissional para enfrentar seus problemas de saúde mental”.

 

“As mulheres e suas famílias precisam mudar isso urgentemente. Estas mães, que falam abertamente sobre o tema, precisam ter acesso aos cuidados de saúde adequados e receberem apoio profissional, independentemente de onde estiverem e de quando a necessidade surgir. Infelizmente o atendimento varia muito em cada região, e isso significa que muitas mulheres e famílias continuam a sofrer, desnecessariamente”.

 

“Claramente, há muito trabalho a fazer para acabar com o estigma da saúde mental materna, para dar a essas mães um pouco mais de poder e a incentivá-las a pedir ajuda e identificar as ferramentas de que precisam para cuidar de si mesmas, além de cuidar de seus bebês,” continua Anne-Marie.

 

“É por isso que estamos criando uma Semana de Apoio aos Pais e priorizando o lançamento do Manifesto #MumsMatter no Netmums”.

 

“Esperamos que esta iniciativa ajude a acabar com o estigma da saúde mental materna e sirva como inspiração para que as mães priorizem o seu bem-estar e não sofram mais sozinhas”.

 

Para mais informações sobre o Manifesto #MumsMatter, visite o site Netmums

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