Rui Car
15/07/2019 11h12 - Atualizado em 15/07/2019 08h49

Mulher que adotou os 5 filhos da irmã agora espera adotar mais um sobrinho

Claudia conseguiu a guarda dos filhos da irmã mais velha que tem dependência química e vive nas ruas

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A rotina da confeiteira Claudia do Rocio, de 44 anos, mudou muito de 2011 para cá. Se antes ela arrumava seis lugares na mesa para a hora do almoço, de uma hora para outra, passou a arrumar 11. O quarto das meninas ganhou três novas camas e o único computador da casa, que fica na sala, agora tem que ser dividido por todos. “Aqui em casa tem uma ordem para tudo: usa o computador primeiro quem tem trabalho para entregar no dia e assim que saem da mesa, cada um já lava o prato que usou”, revela Claudia.

 

Dos nove filhos, quatro são biológicos (Maria Rita, Julia, Gabriele e Fernanda). Já Jonathan, Heloina, Heloisa, Luis Felipe e Helisa são, na verdade, sobrinhos de Claudia que passaram a morar com ela. “Eles são filhos da minha irmã mais velha, que sofre com dependência química. Ela não parava em emprego nenhum e vivia se mudando, passamos anos sem contato. Cada vez que a encontrávamos, ela estava grávida de novo. Algumas das crianças nós nem sabíamos que existiam”, conta.

 

Segundo Claudia, teve uma época em que a irmã trabalhava em dois lugares, mas aí os filhos ficavam sozinhos em casa. “Eles passavam fome, não tomavam banho e nem frequentavam a escola, era uma tristeza só”. Em outras épocas, as crianças chegaram a ficar na rua com a irmã de Claudia. “Eu precisava fazer algo por eles”, disse a confeiteira.

 

“São os maiores presentes da minha vida”

Hoje Jonathan, que é o sobrinho mais velho, é casado e mora com a esposa e os filhos. Heloisa, de 20 anos, também já se casou e vive em outra cidade com o marido. Já os três sobrinhos menores ainda contam com o carinho de Claudia diariamente. “O amor por eles é infinito. Mesmo não tendo sido gerados na minha barriga, eu falo que são os maiores presentes da minha vida”, afirma emocionada.

 

“Eu precisava fazer algo por eles”

 

A mãe dedicada passou por momentos difíceis. Em 2012 (apenas um ano depois que as crianças chegaram), o marido de Claudia faleceu de câncer e ela teve que seguir sozinha no desafio de criar tantos filhos. “Foi um momento de muita tristeza e insegurança, mas por eles eu tenho que continuar”, disse. Desde então, ela passou a fazer bolos, tortas, doces e salgados sob encomenda, assim, ajuda nas despesas da casa e ainda tem mais tempo para estar perto dos filhos.

 

Claudia conseguiu na Justiça a guarda dos sobrinhos, mas diz que a felicidade ainda não está completa. Agora, espera ansiosamente o resultado do pedido de adoção do sobrinho mais novo, de seis anos de idade. “Ele vive com a minha irmã nas ruas. Ela não tem condições de cuidar dele. Estamos esperando a autorização do juiz para que ele possa vir passar os fins de semana com a gente até sair a guarda definitiva. Ele tem o direito de ter uma vida digna e de estar junto com os irmãos”.

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