Rui Car
05/03/2018 16h10 - Atualizado em 05/03/2018 14h56

Não é tão difícil parar de beber – basta seguir esse método

Este é o seu momento

Assistência Familiar Alto Vale
Yahoo!

Yahoo!

Delta Ativa

Posso garantir uma coisa: parar de beber não é difícil. A não ser que você esteja lidando com uma doença séria (alcoolismo), na verdade é muito, muito fácil. Se você disser que é difícil, precisa de um choque de realidade. Você não está parando de comer, não perdeu o acesso a medicamentos importantes, não está combatendo uma doença… você só está parando de beber. Eu digo isso por experiência própria, porque esta foi uma das coisas mais fáceis que eu já fiz.

 

Talvez você não se surpreenda ao saber que sou editora de fitness e que eu não bebo muito. Eu não bebi durante a Quaresma (cerca de seis semanas), não me lembro da última vez em que fiquei bêbada, e não tenho ideia de onde é o bar mais próximo. Apesar disso, não sou completamente abstêmia. Aprendi recentemente que o Pinot Noir é bem gostoso, faço um coquetel alcoólico delicioso no Natal, e quando estou de férias no Havaí, curto uma ou outra piña colada (embora eu ainda prefira uma versão mais saudável). É claro que se for viajar um fim de semana com minhas amigas, definitivamente tomarei algumas taças de Rosé ou coquetéis de frutas. No entanto, o álcool não faz mais parte da minha rotina regular, e eu me tornei uma pessoa melhor por causa disso.

 

E pasme: Este é um estilo de vida completamente diferente do que eu tinha há cerca de dois anos. MUITO diferente. Vamos voltar um pouco no tempo.

 

Eu costumava beber. Muito.

A primeira vez em que tomei uma bebida alcoólica, foi aos 15 anos (peço desculpas ao meu pai e a minha mãe, pois sei que eles estão lendo isso). Eu achava que minha versão adolescente era bem-comportada (nunca criei problemas), mas eu também frequentava festas, jogava beer pong, tomava shots, e tomava decisões questionáveis. Mas deu tudo certo! Minhas notas eram boas e eu consegui entrar em uma ótima faculdade… que também tem festas famosas.

 

“Parar de beber foi uma das coisas mais naturais que já fiz, e minha qualidade de vida não piorou em nada”.

 

As coisas pioraram quando fui para a universidade, especialmente depois de me unir a uma irmandade. Felizmente eu não tenho histórias de terror para contar, mas o álcool sempre estava lá. Eu tinha um metabolismo incrível, então as muitas noites de bebedeira durante a semana, combinadas com excursões para comer pizza e tacos, além de não fazer atividade física, não afetaram tanto o meu corpo. Eu me diverti muito. Apesar de colocar uma quantidade enorme de veneno líquido em minhas veias, todas as noites, e fazer exatamente o oposto do recomendado para ter saúde e bem-estar, me sentia ótima.

 

Aterrissei no mundo real e comecei a trabalhar numa empresa que gostava muito de se divertir, e comecei a namorar uma pessoa que tinha um apreço maior do que a média por bebidas alcoólicas. Então, embora eu não fosse mais tão louca quanto na universidade, o álcool fazia parte do meu dia a dia. As margaritas sempre estavam presentes nas terças-feiras, pedíamos alguns coquetéis nas noites de sexta-feira, e os brunchs aos sábados eram acompanhados de um drinque. Se saíssemos, independentemente do dia da semana, pedíamos bebidas alcoólicas. Num show? Provavelmente estava embriagada. No parque? Levava algumas cervejas. Na casa de alguém? Uma garrafa de vinho. Esse era o meu normal.

 

Hoje não faço mais isso. Na maior parte do tempo.

Quando saí daquele emprego e meu relacionamento acabou, passei por um período estranho e difícil. Não sei qual foi a razão, mas meu primeiro plano de ação – instintivamente – foi parar de beber. Da noite para o dia. Eu entendi que como o álcool é um depressor, ele faria com que eu me sentisse mais deprimida. Esta decisão foi tomada há cerca de dois anos, e nunca voltei atrás.

 

Parar de beber foi uma das coisas mais naturais que já fiz, e minha qualidade de vida não piorou em nada. Na verdade, ela melhorou. Comecei a perder quilos que nem sabia que precisava perder. Meu rosto ficou mais iluminado. Minha pele ficou mais macia e suave. Meu humor melhorou e passei a ter mais energia. Eu simplesmente me senti… melhor.

 

Eu também economizei muito dinheiro, descobri o amor pelo mundo do fitness (e aí gastei o dinheiro economizado), e como uma bola de neve que vai ganhando volume, comecei a fazer escolhas mais saudáveis em minha vida. Aquele primeiro passo me trouxe muitas coisas boas.

 

Nunca senti que perdi alguma coisa, até porque me dou flexibilidade para beber – somente quando eu realmente estou com vontade. Você está bebendo porque é o que todo mundo está fazendo? Porque parece socialmente aceitável, ou porque parece inaceitável não beber? Você tem medo de ser julgado se não beber? Você está bebendo por hábito, ou porque realmente aprecia o sabor da vodca? Honestamente, não estou julgando ninguém, só estou pedindo que você avalie o seu “porquê” pessoal.

 

No meu caso, percebi que não apenas detesto o gosto do álcool (quando eu bebia, mascarava ao máximo o sabor), mas eu também detestava a forma como eu me sentia depois de beber muito. Algumas pessoas adoram o cheiro de uma boa tequila – eu tenho literalmente ânsia de vômito ao senti-lo.

 

Dito isso, em algumas situações posso tomar uma taça de vinho com uma ótima refeição, ou um drinque artesanal com ingredientes de qualidade num restaurante à beira mar – mas às vezes só quero um chá gelado. Com o tempo e a prática, aprendi a ouvir o meu corpo e ser mais respeitosa em relação às minhas necessidades, e não ao que a nossa cultura diz que eu preciso.

 

Não é tão assustador quanto parece.

Meus amigos da universidade sempre me perguntam como eu consigo: “Não é estranho? As pessoas fazem com que você se sinta mal?” Eu estaria mentindo se dissesse que não há momentos estranhos. Lembro claramente da vez em que alguém disse: “Então, você não bebe. O que você faz?” como se eu tivesse falado que não respiro oxigênio. Ainda consigo rir de situações como esta (como referência, minha resposta foi “Ah, eu não sei, acho que não faço nada!”).

 

O álcool está tão enraizado na nossa cultura que, para muita gente, a ideia de quase erradicá-lo das nossas vidas pode ser desafiadora ou até assustadora. Será que você perderá seus amigos? Experiências? Diversão? Eu não perdi nada disso! Uma de minhas amigas expressou seus medos de se sentir estranha ou incomodada em encontros, ou ser pressionada pelos amigos em festas. Eu tenho algumas opiniões sobre isso.

 

“Com o tempo e a prática, aprendi a ouvir o meu corpo e ser mais respeitosa em relação às minhas necessidades, e não ao que a nossa cultura diz que eu preciso”.

 

Um: como já falei, este não é um estilo de vida de completa abstinência, então se você está num encontro com alguém especial, pela primeira vez, e precisa de uma taça de vinho, peça um vinho! Dois: o movimento em prol das bebidas sem álcool está cada vez maior – você não está sozinho ao ler este artigo, ao pensar nas possibilidades, e até ao fazer a escolha de mudar seu estilo de vida. Três: você vai aprender muito sobre a sua autoconfiança e suas habilidades sociais durante esta fase da sua vida. Quatro: tenha sempre consigo um copo de água com gás e limão. Ninguém vai saber a diferença.

 

Será que você realmente precisa parar de beber? Não cabe a mim dizer isso. Meu palpite é que se você clicou neste artigo, está pelo menos interessado nesta ideia. Então, dê uma chance. É importante ressaltar que se você está lutando contra um vício ou sente que não consegue parar de beber, esta não é a minha área de especialidade e você, definitivamente, deve buscar ajuda de outras formas. Meu conselho é direcionado às pessoas que bebem socialmente, por diversão, e estão cogitando a ideia de mudar seu estilo de vida.

 

Se você se encaixa nesta descrição, este é o seu momento. A melhor parte deste método é que você tem flexibilidade – não é que você vai abandonar o álcool para sempre (a não ser que queira fazer isso!). Se você beber, ninguém vai gritar com você, ninguém vai puni-lo, e isso não vai levá-lo por uma espiral de perdição (novamente, assumindo que você não está enfrentando um vício). Você pode passar por fases em que bebe mais e fases em que bebe menos. Comece aos poucos. Tenha paciência consigo mesmo. Ouça o seu corpo. Os efeitos para mim, meu corpo, meu humor e meu estilo de vida foram incríveis, e os prós de não beber superaram significativamente os contras.

 

 

Dominique Michelle Astorino

Pop Sugar UK Fitness

Justen Celulares