Rui Car
01/03/2017 17h10 - Atualizado em 01/03/2017 14h12

O cãozinho que mudou a vida de um adolescente autista

Grant foi morar com a família Chandley há seis anos

Assistência Familiar Alto Vale
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Adam, de 14 anos, dorme em uma tenda, montada em seu quarto. Deitado ao lado dele sempre está Grant, um labrador preto que tem sido o cão de suporte de Adam pelos últimos seis anos. Adam vive em Northamptonshire com seus pais e dois irmãos. Ele tinha três anos quando foi diagnosticado com autismo.

 

Grant foi morar com a família Chandley há seis anos.
 
 

Sua mãe, Diane, disse ao Independent que conseguir um diagnóstico para o garoto foi um grande desafio. No entanto, após o encerramento do grupo de apoio local, que se dispersou por falta de dinheiro, eles tiveram que procurar outro tipo de ajuda para Adam. “Foi um processo de tentativa e erro. É preciso descobrir o que funciona em cada caso”, disse ela.

 

Em 2009, a família estava assistindo o programa Crufts quando viram um cão de assistência trabalhando com uma criança autista. Inspirados, eles começaram um processo rigoroso de consultas, através do programa de caridade Support Dogs.

 

Cães de assistência para pessoas autistas são treinados para proporcionar segurança e tornar a vida do dono mais independente, além de socialmente inclusiva. As instituições de caridade que lidam com esse tipo de cão, prestam assistência às famílias que lidam diariamente com algum parente autista e têm longas listas de espera.

 

Adam é apaixonado por trens em miniatura
 

Em maio de 2011, após completar seu treinamento, Grant se juntou à família como cão de assistência de Adam. De acordo com Diane e Peter, os benefícios da companhia do animal se mostraram imediatamente. Os dois se tornaram amigos inseparáveis instantaneamente. “Grant aliviou muito a ansiedade do meu filho, fazendo-o sentir-se mais confiante, e melhorando sua autoestima”, disse Peter.

 

Grant ajuda Adam de várias maneiras. Ao aparecer em público, ele garante que Adam não saia correndo quando se sente estressado, e o ajuda a atravessar a rua em segurança. Antes de Grant entrar para a família, a ansiedade de Adam não permitia que ele ficasse em locais muito cheios.

 

Em casa, Grant dorme com Adam e o mantém calmo. “Esse foi um passo e tanto, pois Adam ainda dormia no nosso quarto. Ele tinha medo de dormir sozinho”, disse Diane.

 

Diane, Beatrice, Adam, Charlie e Grant visitam as galinhas
 

E para o irmão Charlie e a irmã Beatrice, Grant aumentou a união da família. “Honestamente, ele é adorável”, disse Charlie. “Ele nos ajuda o tempo todo, onde quer que vamos”.

 

“O Adan interage mais com a gente e fica menos ansioso ao lado de Grant”, disse Charlie. “Antes, nós não conseguíamos levá-lo para fazer compras em família, mas agora ele até gosta do programa”.

 

Apesar do autismo afetar uma quantidade elevada de pessoas no Reino Unido, o governo investe apenas 4 milhões de libras por ano na pesquisa da doença. Isso dá mais ou menos 6 libras por pessoa autista, um número que mostra que o fundo para o National Autism Project é “totalmente inadequado em comparação aos fundos de pesquisa de outras doenças de alto impacto ou aos padrões internacionais”.

 

O impacto de Grant na vida de Adam e seus familiares mostra o quão benéficos os cães de assistência podem ser. Beatrice percebe que as pessoas reagem positivamente quando Adam e Grant estão em público. “Nunca vi alguém chamá-lo de estranho”, disse ela. Como Lewis Caroll disse: “Ele não é estranho, apenas tem uma realidade diferente da nossa.”

 

Helen Hoddinott
The Independent

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